sábado, 26 de dezembro de 2009

COP 15 - Excludente e Viciada.

Excludente e viciado.

Assim pode-se definir a tão comentada 15ª Conferência das Partes (COP 15), da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, ocorrida em Copenhague, Dinamarca, neste último mês de dezembro de 2009.

O seleto grupo das "potências mundiais" fechou-se e defendeu, com unhas e dentes, o seu direito de continuar devastando o meio-ambiente mundial em detrimento de seu crescimento econômico insustentável.

Com agendas pré-concebidas, negociações na base do "toma-lá-dá-cá", das "cartas marcadas" e até de reuniões à portas fechadas, as "nações desenvolvidas" protelaram para 2010, no México, as discussões sobre o clima e a possibilidade de consenso sobre um acordo que substitua o Protocolo de Kyoto. Até lá, o "primeiro mundo" acena para o resto do mundo com o "Mercado de Carbono" (através do qual os países desenvolvidos compram a capacidade excedente de emissão de gases dos países pouco desenvolvidos) e com a destinação de US$ 30 bilhões para pagamento da dívida climática nos próximos três anos (e de US$ 100 bilhões para os anos de 2013 a 2020) - verdadeiras migalhas para quem esperava um documento claro sobre a redução efetiva da emissão de gases de efeito estufa.

Vergonha.

Mais informações sobre a COP 15 aqui.

Até.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reflexões aos 100 anos

sábado, 7 de novembro de 2009

Carlos Marighella - 40 anos.

Saudações.

Filho de Augusto Marighella, um imigrante italiano da região de Emilia – terra de destacados líderes italianos – e de Maria Rita, negra e filha de escravos africanos trazidos do Sudão (negros haussás) - conhecidos pela combatividade nas sublevações contra a escravidão – Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, no dia 05 de dezembro de 1911.

Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista.

Em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães, Marighella foi preso pela primeira vez. No mesmo ano, Marighella mudou-se para o Rio de Janeiro onde, em 1º de maio de 1936, foi preso novamente, dessa vez sendo submetido à tortura física e psicológica. Permaneceu encarcerado – sem condenação, diga-se de passagem – por um ano. Quando foi solto, Marighella mudou-se para São Paulo onde dedicou-se à reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas.

Em 1939 Marighella foi preso e torturado novamente, dessa vez pelo Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo. Enviado aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande, Marighella passou a se dedicar à educação cultural e política dos seus companheiros de cárcere.

Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia e apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas as bancadas, proferindo, em menos de dois anos, cerca de duzentos discursos em que tomou, invariavelmente, a defesa das aspirações operárias, denunciando as péssimas condições de vida do povo brasileiro e a crescente penetração imperialista no país.

Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra os comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.

Na década de 50, de volta à São Paulo, Marighella engajou-se nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia.

Em 58 Marighella redigiu “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas sobre o problema agrário brasileiro.

Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca, episódio que lhe rendeu um tiro à queima-roupa no peito e um livro: “Por que resisti à prisão”. Com um discursso mobilizador e incisivo contra o Golpe de 64, Marighella conquistou um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.

Em 66 Marighella desligou-se do PCB para engajar-se nas lutas revolucionárias junto às massas - em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional. Pouco depois, Marighella fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional - para, de armas em punho, enfrentar a ditadura.

Em 68 foi apontado como “Inimigo Público Número Um” e envolvido numa caçada que mobilizou, em nível nacional, toda a estrutura da polícia política.

Na noite de 4 de novembro de 1969há exatos 40 anos - surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella caiu diante dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Leia mais em:
http://www.carlos.marighella.nom.br
e
Carlos Marighella: mulato, baiano, comunista, brasileiro.
Até.

sábado, 31 de outubro de 2009

Marco regulatório da internet brasileira

Saudações.

Quarenta e cinco dias.
Esse é o tempo que os internautas terão para opinar oficialmente, através dessa página aqui, sobre como deve ser o marco regulatório civil para o uso da internet no Brasil.

Visando "(..) uma política pública de cultura digital, integrando cidadãos e insituições governamentais, estatais, da sociedade civil e do mercado (..)", o tal marco abordará privacidade e a liberdade de expressão, sem passar por crimes cibernéticos, direitos autorais e regulamentação de telecomunicações.

Parece pouco mas já é um começo.

Hoje, nada do que diz respeito à Internet têm uma jurisprudência firmada, ou seja, cada juíz decide sobre ela unicamente de acordo com sua interpretação, gerando decisões arbitrárias, contraditórias e impunidade. Com tantos interesses envolvidos - principalmente agora que a Rede Mundial de Computadores estabeleceu-se a mais eficaz ferramenta de comunicação (no melhor sentido de "troca de informação") - nada melhor do que sabermos em definitivo até onde vão nossos direitos e nossas responsabilidades para que NINGUÉM tente nos enganar.

Para participar, visite: http://culturadigital.br/.

Mais informações aqui e aqui.

Até.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Relator da ONU defende ações do MST

Saudações.
Olivier De Schutter é advogado e relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação. Ele veio ao Brasil para participar de um seminário internacional sobre direito à alimentação, organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e para coletar dados com vistas a um estudo sobre problemas relacionados à alimentação ao redor do mundo.

Num encontro com jornalistas em Brasília, hoje (dia 16), De Schutter tratou, entre outras coisa, de temas como:

a concentração fundiária em nosso país, considerada muito alta e ainda em crescimento (o próprio IBGE diz que "no Brasil, as pequenas propriedades, com menos de 10 hectares, totalizam 2,7% da área ocupada por estabelecimentos rurais. Já as grandes propriedades, com mais de 1.000 hectares, ocupam 43% da área total. Por outro lado, as pequenas propriedades somam 47% do total de estabelecimentos rurais, enquanto as grandes correspondem a 0,91%"),

e

o avanço da cultura de cana-de-açúcar para a produção de combustíveis (segundo De Shutter, a expansão da cana favorece a concentração de terras e a diminuição das áreas usadas para o cultivo de alimentos - fato já constatado no Estado de São Paulo, onde já seria visível a concentração de terras, em decorrência do aumento da produção de etanol). Para ele "o Brasil ainda precisa melhorar a sustentabilidade da produção do etanol".

Interessante, também, foi quando De Shutter:

elogiou o governo federal pela diminuição da desnutrição e pela queda da mortalidade infantil na última década,

chamou a atenção para a permanência de bolsões de fome, qualificando-os de "inaceitáveis"

e

defendeu a estratégia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de ocupar terras e exigir sua destinação para a reforma agrária. Em sua opinião, essa "é uma forma de chamar a atenção para o problema".

Não acredita? Leia aqui.

Numa semana de ataques violentos ao MST esse foi, sem dúvida, um apoio inesperado.
Mais informações aqui.
Até.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MST versus Cutrale: alguns fatos.

Saudações.

Vamos por partes:

1. Joaquim Nabuco, O Abolicionista, dizia que a Abolição da Escravatura era indissociável da democratização do solo pátrio. Monarquistas e republicanos não lhe deram ouvidos e assim legitimou-se a concentração de terras brasileiras nas mãos de poucos.

2. - o Brasil é o país com a maior concentração da propriedade da terra do mundo. Menos de 15 mil latifundiários detêm fazendas acima de 2,5 mil hectares e possuem 98 milhões de hectares. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. (Censo 2006)

3. - há uma lei de Reforma Agrária para corrigir essa distorção histórica. No entanto, as leis a favor do povo somente funcionam com pressão popular. O MST pressiona por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. A Constituição Federal estabelece também que devem ser desapropriadas propriedades que estão abaixo da produtividade, não respeitam o ambiente, não respeitam os direitos trabalhistas e são usadas para contrabando ou cultivo de drogas.

4. o laranjal da Cutrale, que foi invadido pelo MST, localiza-se no centro-oeste do estado de São Paulo, entre os municípios de Iaras, Borebi, Agudos, Lençóis Paulistas e Águas de Santa Bárbara, é irregular, uma ocupação do patrimônio público por parte da “família Cutrale”.

5. Milhares de processos estão travados na justiça emperrando as desapropriações para fins de reforma agrária e deixando sem solução os crimes do latifúndio e de sua pistolagem - entre eles o da Cutrale.

6. a fazenda de 2.400 hectares da Cutrale situa-se numa área de 50 mil hectares – a área destruída pelo MST foi de 2 hectares.

7. Os inimigos da Reforma Agrária querem transformar os episódios que aconteceram na fazenda grilada pela Cutrale para criminalizar o MST, os movimentos sociais, impedir a Reforma Agrária e proteger os interesses do agronegócio e dos que controlam a terra.

E sempre é bom lembrar:

antes da Abolição, a rebeldia dos escravos (que lutavam e fugiam) escandalizava a sociedade, mas o açoite neles não.

Mais informações:
Cutrale no Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cutrale
Cutrale Oficial - http://www.cutrale.com.br/cutraleHome/
MST Oficial - http://www.mst.org.br/
MST no Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Mst
Incra de SP diz que fazenda da Cutrale está em área da União
Escândalos invisíveis - Osvaldo Russo
Esclarecimentos do MST sobre últimos episódios
Cutrale usa terras griladas em São Paulo
MST e laranjas (leia esse ou morra!)

Até.

sábado, 3 de outubro de 2009

Distribuição de Renda no Brasil

Saudações.
Mesmo registrando uma constante queda da desigualdade social em nosso país desde 2001 a recente divulgação dos resultados obtidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), através da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), impressionou-me.
Segundo os dados o que a parcela mais rica da população (míseros 1% dos brasileiros) gasta em apenas três dias é o mesmo que a população mais pobre do Brasil gasta em um ano todo, ou seja, trezentos e sessenta e cinco dias (e seis horas – se considerarmos os anos bissextos..)!
Segundo Sergei Soares, pesquisador do IPEA responsável pela pesquisa, o instituto chegou a essa conclusão através do “Coeficiente de Gini”, que varia de 0 à 1, para medir a desigualdade social. Quanto mais próximo de 0 for esse coeficiente, mais justa é a distribuição de renda da sociedade.
Em 2001 o Brasil tinha um índice de 0,594 e, desde então, tem caido contínua e gradativamente, atingindo 0,544 em 2008 (ano em que foi realizada a pesquisa).
Segundo o IPEA esse ritmo (-0,007) é considerado “bom” mas, mesmo se mantido, levaremos 20 anos para alcançarmos um patamar de distribuição de renda considerado “justo” (algo em torno de 0,40 no Coeficiente Gini).
Que os programas sociais como “Bolsa Família”, entre outros, e as regulares, justas e necessárias correções salariais contribuíram é algo inquestionável.
Mas não é o suficiente.
Investimentos em educação, na redução da informalidade, da desigualdade racial e regional são imprescindíveis para acelerarmos nosso processo de desenvolvimento e de melhor distribuir a renda nacional entre todos.
Que o bolo cresça – para todos!

IPEA:
o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Suas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros. Os trabalhos do Ipea são disponibilizados para a sociedade por meio de inúmeras e regulares publicações e seminários e, mais recentemente, via programa semanal de TV em canal fechado.
Saiba mais: IPEA - http://www.ipea.gov.br/default.jsp

Coeficiente de Gini:
o Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, e publicada no documento "Variabilità e mutabilità" (italiano: "variabilidade e mutabilidade"), em 1912. É comumente utilizada para calcular a desigualdade de distribuição de renda mas pode ser usada para qualquer distribuição.
Saiba mais: Coeficiente de Gini - http://pt.wikipedia.org/wiki/Coeficiente_de_Gini

Até.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Internet: Liberté, Egalité, Fraternité.

Saudações.
Na contramão da história
– e pressionada pelo presidente Nicolas Sarkozy, pela indústria do cinema e da música –
a Assembléia Legislativa francesa aprovou no último mês a lei que prevê que o usuário flagrado em “download ilegal” será totalmente desconectado da Internet (mas continuará pagando) por um período que pode chegar a quase dois anos.

A nova lei prevê, ainda, a criação de um “órgão regulador” com poderes de investigação sobre internautas suspeitos e de fazer recomendações de medidas a serem tomadas.

Mesmo se ignorássemos o fato de que os usuários podem facilmente utilizar diversos IP´s diferentes – e até mesmo de outros usuários sem que os mesmos saibam disso – a lei é inócua frente aos usuários de serviços streaming (YouYube, Vimeo etc) e que utilizam wi-fi pois é impossível detectá-los.

Pior ainda:
a “Lei Hadopi”, como é conhecida por lá, fere contundentemente o direito à privacidade e vai contra uma lei da União Européia que impede o Governo de qualquer país daquele continente de cortar a conexão com a Internet de qualquer cidadão.
Só pra finalizar:
e quem será o "senhor vigilante/investigador/juíz" que determinará quem é criminoso e quem não é?!

Sarkozy?!

A primeira-dama Carla Bruni?!

Alguém indicado pela "indústria"?!

Como vemos,
por lá também há quem queira controlar o ciberespaço..
“Liberté, Egalité, Fraternité”

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Militarização da América Latina.

Texto humildemente baseado no original de Noam Chomsky para o The New York Times.

Em fevereiro de 2009 a Comissão da América Latina para as Drogas e Democracia (CALDD) emitiu sua análise sobre o programa estadunidense “Guerra contra as Drogas”, empreendimento em escala global (ou seja, desconsiderando qualquer tipo de fronteira) impetrada pelo Tio Sam desde o fim da guerra do Vietnã.

A constatação de que essa política de combate às drogas imposta à força é um total fracasso não chegou a surpreender principalmente porque diversos relatórios, estudos e registros anteriores sempre apontaram para a prevenção e o tratamento como melhor solução para o caso.

Mas nada nunca foi revisto nem mudado.

Por que?

Elementar:
porque os motivos por trás da tão falada política de “guerra às drogas” (assim como a “guerra ao terrorismo”) tem outras razões não divulgadas.

Não divulgadas mas facilmente observáveis.

De George Washington à Barack Obama os Estados Unidos nunca se esqueceram de que nasceram como um império e, como tal, têm o dever heróico/patriótico de estabelecer-se como nação motriz do mundo livre moderno.
Tal vocação passa, inevitavelmente, por nós, pobres vizinhos latinoamericanos.

Acostumados ao imperialismo e a intervir em países alheios (basta lembrar das guerras, dos golpes e das ditaduras nas quais as digitais do Tio Sam sempre foram muito visíveis) os nobres ianques viram-se confrontados em seu próprio território no midiático “onze de setembro”.

Mais do que isso:
a “terra das oportunidades” assiste hoje, atônita, aos primeiros passos da América do Sul rumo ao enfrentamento de seus reais problemas, causadores de misérias, sofrimentos e desigualdades, e à integração local, estágio primeiro da verdadeira independência.

E como afirmou, em 1971, o Conselho de Segurança Nacional do então presidente americano Richard Nixon: “a América não pode esperar estabelecer a ordem em qualquer lugar do mundo se os Estados Unidos não podem controlar a América Latina”.
Pouco depois, Salvador Allende foi deposo no Chile.

Diferente, agora, é a resposta da recém-criada “União das Repúblicas Sul-americanas” (UNASUL) que pretende discutir e atuar sem precisar das bênçãos do Tio Sam.

Foi assim com a ratificação total e absoluta da vitória do governo constitucional de Evo Morales no referendo de 2008 (muito à contragosto das elites apoiadas pela Casa Branca) e no susto que o presidente do Equador, Rafael Correa, deu nos americanos quando prometeu determinar o fim do uso da base militar colombiana de Manta pelo governo americano.

E como os EUA reagiram?

Com a reativação da Quarta Frota americana, responsável por “..ações contra o tráfico e cooperações de segurança, interação paramilitar e bilateral e treinamento multinaciona l” no Caribe, América Central e do Sul e cercanias (é o que diz o anúncio oficial);
e com o interesse declarado na utilização das bases militares colombianas.

Sob o discurso de combater o narcotráfico e o terrorismo esconde-se a idéia de fazer da Colômbia um ponto estratégico regional de operações do Pentágono. Em troca, Álvaro Uribe, presidente colombiano, ganha acesso privilegiado a suprimentos militares do governo americano, transformando-se num dos maiores beneficiários da ajuda militar dos EUA, ao lado de Israel e Egito.

Em agosto de 2008 a UNASUL, novamente, reuniu-se na Argentina para discutir as bases militares americanas na Colômbia. Mesmo que os debates e as suspeitas apequenassem-se atrás de tímidas declarações (“..a América do Sul deve ser mantda como terra de paz..”) e instruções (o Conselho de Defesa Sul-Americano deve investigar os objetivos reais das bases) o fato em si já é um marco (nada divulgado por aqui, diga-se de passagem). É verdade que há uma década a ajuda e treinamento militar para oficiais da América Latina, patrocinado pelos EUA, vem aumentando (muitas vezes baseadas em discursos maniqueístas como “combate ao populismo radical” etc) mas há muito não percebíamos os olhos do Grande Irmão do Norte tão fixos sobre nós.
(obs.: não estranhem se a UNASUL passar a ser vilipendiada pela grande mídia.. faz parte do "projeto"..)


Para saber mais:

Conselho Sul-Americano de Defesa discutirá acordo de bases colombianas.

Argentina está preocupada com uso de bases americanas na Colômbia.

Evo Morales quer propor referendo continental sobre bases colombianas.

Lula e Bachelet criticam pacto que libera bases colombianas para EUA.

Lula pede garantias jurídicas para o uso de bases colombianas pelos EUA.

EUA já frequentam bases colombianas, diz embaixador.

Cessão de bases colombianas pode virar guerra, diz Chávez.

"É preciso vigiar o uso das bases colombianas"

"Vinte bases militares norteamericanas pretendem isolar a Venezuela do mundo"

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sexismo e Sociedade

Sexismo

Aprendi recentemente (mas aprendi – antes tarde do que nunca!) que é a Resolução 34/180 da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), de 18 de dezembro de 1979, que trata da igualdade entre homens e mulheres.
Dentre outras coisas essa Resolução prevê as mesmas condições de orientação profissional e de acesso aos estudos e de obtenção de diplomas em todos os níveis (desde a pré-escola até o nível profissional). Porém, chamou-me a atenção o parágrafo que prefê a “eliminação de qualquer concepção estereotipada dos papéis masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas de ensino mediante o encorajamento à educação mista e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em particular, mediante a revisão dos livros e programas escolares e adaptação dos métodos pedagógicos”.
Infelizmente não é isso o que vemos.
O sexismo se materializa em nossas escolas, ambiente de formação cada vez mais importante e ao qual nos lançamos cada vez mais cedo, através de simbolismos aparentemente inocentes como as filas “de meninas”, as brincadeiras segmentadas (meninos praticam esporte, meninas brincam com bonecas), nos livros, programas escolares, discursos e nas posturas dos professores que ratificam e encorajam os papéis sociais estereotipados, machocêntrico, e, por extensão, violento, branco e proprietarista.
Dessa forma moldamos nossa sociedade acolhendo as crianças não pelo que elas são mas pelo que esperamos que elas sejam.
Revendo nossos conceitos e nossos programas educacionais estaremos nos prevenindo para que as diferenças entre os sexos não se transformem em desigualdades e injustiças – de quebra, estaremos prevenindo a violência doméstica (de mulheres contra homens e de homens contra mulheres) e a violência social (de todos contra todos, pois o homem aprenderá a desenvolver maneiras mais sensíveis de ver o mundo e a mulher potencializará formas mais ativas de se inserir na vida), chegando, quem sabe, à raiz da violência, monopólio do homem, que vitimiza a ambos.
Educação para ser companheiros, não inimigos potenciais e reais na vida concreta do seu dia-a-dia.

Texto inspirado pelo blog http://sexismonapolitica.wordpress.com/, baseado nas idéias precisas de Wilson Correia (Mestre em Educação e Colunista do Brasil Escola) e dedicado à todas as pessoas que passarem por aqui – homens ou mulheres -, especialmente à minha amiga blogueira solitária, incansável e estranha Bloody Mary.

Até.

domingo, 23 de agosto de 2009

Interpretação da Realidade Brasileira

Saudações.
Foi publicado recentemente, pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal. O documento baseia-se em dados oficiais disponibilizados pelas prefeituras e difere-se do Índice de Desenvolvimento Humano municipal (IDH-M), calculado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), principalmente em relação aos dados da educação. Enquanto a ONU leva em conta taxas de analfabetismo e matrícula, a federação considera outros dados, com diferença entre idade e série. Talvez isso explique um pouco porque o Estado de São Paulo domine, com 81 municípios entre os 100 mais desenvolvidos do nosso país, o ranking da Firjam: muitos municípios paulistas adotam o sistema de ciclos, sem repetência!!. Os dados, ainda, apenas contabilizam dados de 2006, ou seja, antes da "crise econômica", o que pode sugerir algumas diferenças. Mas não muitas: 86 dos 100 piores municípios vêm da Bahia, Maranhão e Piauí.

Confiram a Publicação do IFDM na página da FIRJAM.

E para melhor interpretar esses números sugiro o livro:
Interpretação da Realidade Brasileira,
de João Camilo de Oliveira Tôrres.
Compre aqui (usado).
(se eu conseguir uma versão digitalizada, disponibilizarei)
Até.

domingo, 9 de agosto de 2009

Tio Sam está de olho na América Latina II - General JJ contra-ataca.

Tio Sam está de olho na América Latina II - General JJ contra-ataca.
Coincidência?
Acho que não.
Na semana passada o General James Jones, assessor de segurança nacional de Barack Obama, defendeu a presença de militares americanos na Colômbia e disse que Hugo Chavez está se tornando uma preocupação.
E foi mais longe.
Ofereceu ao Brasil uma "parceria estratégica" em que os Estados Unidos participariam da exploração do pré-sal e o Brasil compraria lá, nos EUA, as armas que quisésse - e com transferência de tecnologia.
Clique aqui e leia/assista a "versão oficial" (via Globo, é lógico!).
Apresentado como "...durão que prefere falar suave..", o General JJ foi bem claro:
"Estamos sincronizando nossas políticas com objetivos de longo prazo para as necessidades de energia americanas" (mesmo que a versão oficial da Globo tenha optado por dizer que se trata de
"uma parceria para tentar resolver os problemas energéticos globais".
Podem dizer o que for mas eu fico com a opinião de Marcelo Salles, no texto "Jornalismo lambe-botas", do dia 06.08.2009, no Fazendo Média.Clique aqui e tire suas próprias conclusões.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Tio Sam de olho na América Latina.

Tio Sam de olho na América Latina.

Saudações.

Antigos e fiéis aliados, Estados Unidos e Colômbia estão, atualmente, estabelecendo planos para a instalação de mais três bases militares do Tio Sam em terras sulamericanas: Palanquero, Malambo e Apiay.
Sob o pretexto de “combater o tráfico de drogas” Barack Obama segue a mesma cartilha do ex-presidente Ronald Reagan, um dos primeiros (se não o primeiro) a desconsiderar as fronteiras alheias e a utilizar o discurso “anti-drogas” para mascarar suas reais intenções (no caso, o combate ao comunismo latino-americano).
Obama, por sua vez, parece ter outras metas: seus interesses geoestratégicos, geopolíticos e geoeconômicos miram possíveis intervenções militares – principalmente na Venezuela (Palanquero e Malambo) -, o controle da região próxima à chamada Cabeça do Cachorro (onde o mapa do Brasil tem esse formato) e a cobrir o curso do venezuelano rio Orinoco, que corta área de extração de petróleo (Apiay).
Brasil e da Espanha, por sua vez, tentam se articular para, envolvendo União Européia e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) impedir o avanço geo-político-militar dos estadunidenses abaixo da linha do Equador.

A saber:
com o mesmo pretexto os EUA, em 99, instalaram bases militares em Aruba (Antilhas Hoandesas), Curaçao (Antilhas Holandesas), Iquitos (Peru) e Manta (Equador). Na verdade, a real intenção do Tio Sam naquela empreitada era manter o Canal do Panamá, devolvido ao povo panamenho naquele ano, “ao alcance dos olhos”.

na Colômbia os EUA investiram US$5,0 bilhões em cinco anos para combater a oferta de cocaína, a partir da destruição de plantios de folhas de coca. Mais tarde, a mesma iniciativa voltou-se contra as FARC que passaram a ser consideradas como uma organização terrorista e de exploração do narcotráfico.

no México, a “guerra às drogas” do presidente Calderon tem apoio dos EUA mas não o de seu próprio povo que assiste ao Exército mexicano ser vencido e desmoralizado pelos cartéis e inocentes se tornarem as principais vítimas (70% dos 5.600 mortos em 2008 pelo “Plan Mérida” não tinham relação com o tráfico de drogas, e nem com os cartéis (hoje já são mais de 7.700 mortos).

Pensem nisso.
(outras informações indispensáveis em http://maierovitch.blog.terra.com.br/)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O Petróleo tem que ser nosso - Última Fronteira

Saudações.
Reproduzo abaixo outra boa notícia, dessa vez envolvendo cultura, política e - mais uma vez - mobilização.

"PeterCor disse...

Caros nobres jornalistas!!!

é com felicidade que comunico o lançamento em grande estilo do nosso filme "O Petróleo Tem Que Ser Nosso - Última Fronteira".
Foi praticamente um ano entre idéia, pré produção, filmagem, alguns meses de edição e pós produção.

Um filme, como disse Walter Salles (deve ter pego de outro cineasta), é composto por: 50% roteiro, 50% fotografia, 50% som, 50% música, 50% arte, 50% direção, 50% produção, 50% pesquisa, 50% edição, 50% investidores, 50% técnica e 100% de atitude.

O filme tem uma hora de duração, são 34 entrevistados, 4 depoimentos, 3 discursos em manifestações e 2 populares (devo estar esquecendo de alguém).
Considero pronto.

Conto com todos vocês para que este filme seja mais uma peça na defesa da nacionalização do petróleo. Como disse, é um filme feito com poucos recursos, por isso é fundamental toda a divulgação possível.

Abaixo a sinopse:

"O Petróleo tem que ser nosso - Última Fronteira".

Um documentário que levanta questões relevantes sobre a propriedade das enormes jazidas de petróleo do pré-sal, recentemente descobertas pela Petrobras, na costa brasileira.

Com a palavra, personalidades provenientes dos mais diversos segmentos -
intelectuais, políticos, geólogos, engenheiros, sindicalistas, militares, trabalhadores,
religiosos, estudantes, defendendo a nacionalização dessas reservas e discutindo que rumo o país vai tomar a partir desse momento.

São relatos emocionados de brasileiros (acima de tudo) em defesa do Brasil.

"O Petróleo tem que ser nosso - Última Fronteira" é um documentário que
informa e alerta sobre a eminente necessidade de se defender um patrimônio genuinamente brasileiro, revertendo-o em proveito dos verdadeiros donos - o povo.

“O Brasil é um país rico, mas outros
usufruem das nossas riquezas. Temos que inverter isto!”
Maria Augusta Tibiriçá, médica e nacionalista.

Quinta -feira, dia 30 de julho, às 18:30 no Cinema Odeon, Cinelândia, Rio de Janeiro.

Obrigado,
Peter
23 de Julho de 2009 11:47"

Mais informações em http://primeirofilme.googlepages.com/home ou em http://www.youtube.com/user/primeirofilme.

Obrigado pela informação, Peter.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Lula veta duas das três provisões da MP 458.


Saudações.

No dia 4 de Junho de 2009 a bancada ruralista do Senado aprovou a Medida Provisória 458, a MP da Grilagem (que permitiria, entre outras desgraças ambientais, que 80% das terras públicas apropriadas irregularmente, o equivalente a 67 milhões de hectares, fossem privatizadas). A MP seguiu, então, para o presidente Lula para a devida aprovação ou veto.

Transcrevo agora, abaixo, um email que recebi do tovarish brabera Joe Unabomber sobre a atual situação dessa MP.

"Conseguimos!

Semana passada o Presidente Lula vetou duas das três provisões da MP 458 que nós pedimos! 14.000 pessoas ligaram para o Gabinete Presidencial e 25.000 pessoas enviaram mensagens por email pedindo para ele salvar a Amazônia da privatização – e ele ouviu. Agora, somente pessoas que moram nas terras e não empresas, poderão ter suas terras regularizadas pelo governo.

Na semana anterior o Presidente discursou para um grupo de fazendeiros no Mato Grosso dizendo que desmatadores não são “bandidos” e as ONGs são “mentirosas”. A mídia já estava anunciando que o Lula ficaria do lado dos “ruralistas”, porém nossa mobilização massiva nos últimos momentos antes do prazo para veto, influenciou a sua decisão -- a opinião pública superou a influência política do agronegócio que queria proteger os seus interesses. A Senadora Marina Silva nos enviou uma mensagem confirmando a importância da nossa participação:

“A participação da sociedade civil foi fundamental para que o Presidente Lula encontrasse respaldo popular para vetar o Artigo 7º e parte do Artigo 8º da MP 458. A atuação da Avaaz e sua rede de colaboradores nesse processo foi importante para essa conquista. Agora devemos exigir a participação e o controle popular na execução da regularização fundiária.”

Este foi um passo importante para a Amazônia e o clima global. Agora, nós temos que garantir que o processo de regularização seja feito de forma transparente, sem corrupção ou violência. Teremos que estar atentos a todos os passos do processo para garantir que os discursos internacionais do Presidente Lula sejam compatíveis com as políticas ambientais nacionais, protegendo a Amazônia e não o agronegócio. Clique o link para assinar a carta para o Lula, pedindo que a MP seja implementada de forma adequada com mecanismos de monitoramento da sociedade civil. A carta será entregue para o Gabinete Presidencial:

http://www.avaaz.org/po/carta_para_lula

Obrigado por participar e compartilhar a convicção que as nossas vozes unidas podem influenciar as políticas que afetam todos nos.

Com esperança,

Alice, Graziela e toda a equipe Avaaz

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SOBRE A AVAAZ

Avaaz.org é uma organização independente sem fins lucrativos que visa garantir a representação dos valores da sociedade civil global na política internacional em questões que vão desde o aquecimento global até a guerra no Iraque e direitos humanos. Avaaz não recebe dinheiro de governos ou empresas e é composta por uma equipe global sediada em Londres, Nova York, Paris, Washington DC, Genebra e Rio de Janeiro. Avaaz significa "voz" em várias línguas européias e asiáticas. Telefone: +1 888 922 8229
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Grato pela informação, Joe.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Progresso em áreas desmatadas na Amazônia não é sustentável, diz estudo

As regiões não desmatadas tem IDH tão baixo quanto as mais desmatadas

Um estudo publicado na última edição da revista científica Science afirma que a derrubada de florestas para criação de pastagens ou plantações na Amazônia tende a provocar uma elevação inicial rápida nos índices de desenvolvimento humano local, mas a vantagem desaparece na medida em que o desmatamento avança.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas compararam os Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de 286 municípios amazônicos em diferentes estágios de desmatamento, tendo como base o ano 2000.

O IDH é uma metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para medir a qualidade de vida e inclui indicadores como renda, expectativa de vida e nível de educação.

Nos municípios que estão nos estágios iniciais do desmatamento ou nos quais o ritmo de desmatamento é alto, os pesquisadores encontraram índices de desenvolvimento humano próximos aos da média nacional e acima da média regional.

Nos municípios com pouco ou nenhum desmatamento e nos municípios com taxas de desmatamentos superior a 60% da área, os índices de desenvolvimento são similares e baixos quando comparados à média nacional.

Duas velocidades

Segundo os pesquisadores, isso sugere que "a expectativa de vida, nível de educação e padrão de vida melhoram mais rápido do que a média nacional nos municípios nos estágios iniciais do desmatamento".

Mas, em um segundo estágio, as condições de vida passam a melhorar num ritmo inferior à média nacional.

O resultado, argumenta o estudo, é que "em termos líquidos, pessoas em municípios que derrubaram suas florestas não estão melhores do que aqueles em muncipíos que não o fizeram."

De acordo com o artigo, a explicação mais provável para o progresso inicial é que "as pessoas se beneficiam dos recursos naturais disponíveis e da melhora no acesso aos mercados oferecida por novas estradas", assim como de investimentos públicos em infra-estrutura, educação e saúde.

A decadência nos padrões de vida "provavelmente reflete a exaustão dos recursos naturais que sustentaram o boom inicial, aliada ao aumento da população local".

O argumento é sustentado por estatísticas que mostram não só a redução da produtividade da exploração da madeira, como também da agricultura e da pecuária - o que "provavelmente reflete a degradação em larga escala dos pastos pela perda de produtividade do solo ou alterações no uso das terras por conta de mudanças nas condições do comércio de terras".

Medidas

Para os pesquisadores, o problema "provavelmente não tem uma solução única".

Entre as medidas propostas, estão apoio a um uso melhor das áreas já desmatadas, restrições a novos desmatamentos e reflorestação de áreas degradadas", além de incentivos a atividades sustentáveis, como manejo florestal e pagamento por serviços ecológicos.

O estudo é assinado por pesquisadores do Instituto Superior Técnico de Portugal, do Imazon, do Centre d'Ecologie Fonctionnelle et Evolutive, da França, e das universidade britânicas de Cambridge, Imperial College London e de East Anglia e coordenado pela pesquisadora Ana Rodrigues, do Instituto Superior Técnico de Portugal.

Um dos autores, o pesquisador Adalberto Veríssimo, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), afirmou à BBC Brasil que o estudo "mostra claramente que desmatamento não compensa, que este modelo baseado na apropriação do patrimônio público não é o caminho nem para o Brasil nem para o mundo".

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse à BBC Brasil que o governo está fazendo a sua parte para quebrar o ciclo de expansão-colapso apontado pelo estudo.

"O que faz sair do ciclo de degradação é injetar tecnologia, recursos e pagar (a população local) para fazer a coisa certa", disse Minc.

O ministro deu como exemplo a nova fase da Operação Arco Verde, iniciada nesta semana pelo governo federal, que deve passar pelos 43 municípios que mais registraram desmatamento, levando informações sobre desenvolvimento sustentável, títulos fundiários e linhas de crédito "verdes".

Para Veríssimo, o ciclo é consequência do "grande dilema do modelo de desenvolvimento baseado na combinação da extração predatória de madeira, seguida pela pecuária". E, para ele, a única forma de sufocar essa dinâmica seria o fim da apropriação ilegal de terras públicas.

"No momento em que a MP 458 está dizendo que vai regularizar as terras de quem faz este jogo (de ocupação ilegal, exploração e novas ocupações), está dando um sinal claro de que as pessoas podem continuar ocupando que o governo em algum momento vai anistiá-la. Do jeito que ela está, ela vai criar condições concretas para que o processo continue na Amazônia", disse Veríssimo.|

Fonte: BBC Brasil

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Ruptured:

Já não é o primeiro post que trago informações técnicas sobre a exploração econômica da Amazônia. No último, foi possível concluir que cada palmo da floresta ´´em pé``, vale muito mais (potencialmente e em termos financeiros)que seu uso para a agropecuária. E este presente post só reforça a idéia de que, mesmo em termos extremamente objetivos, como o IDH, PIB e outras medidas que desconsideram muito do potencial de longo prazo, o desmatamento é uma forma pífia e grosseira de alavancá-los.

Enquanto esse pensamento ingênuo de progresso a curto prazo (leia-se interesses imediatos e individuais) perdurar não há nada que segure a força da devastação.

Por fim, não quero que todos concordem com o que vou dizer, definitivamente é uma idéia em fase de amadurecimento, mas quanto mais penso sobre o assunto, mais fica claro que aqueles que difundem o ideal nacionalista da amazônia, são os mesmo que querem vê-la abaixo. Já é hora de abrirmos a amazônia para empresas que querem vê-la de pé (científicas e ecoturísticas) independetemente de serem ou não de capital nacional. Assim como incentivarmos as populações locais nas atividades que não exigem sua destruição (extrativistas), como fizera Chico Mendes em relação aos borracheiros.

Esse tipo de atividade valoriza o metro quadrado da floresta, e finalmente teremos o suporte econômico para manter a amazônia de pé. Afinal, há muitos anos a floresta é cantada e adorada como símbolo nacional, mas pouco se fez na prática para preservá-la, em virtude de sua pouca valorização prática.

Abram suas mentes a novos paradigmas, e aguardo respostas!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Punk: documentário e zine.

Saudações.

Essa semana estive ledo o artigo que o amigo Paulão, do "Atitude Underground" disponibilizou no seu blog sobre o Punk. O texto, retirado do Mídia Rebelde, tratava do minidocumentário "O Punk Morreu?", uma produção independente que aborda a comercialização da estética e da música punk. Através de imagens, depoimentos e colagens de vídeo, o curta apresenta o que seria "um punk vendável e consumível", contrapondo esta construção com a visão do punk que se aproxima da contra-cultura, do questionamento social e da ação direta. O curta estreou em outubro de 2008, mês em que foi exibido no Festival de Curtas de Atibaia/SP, no Dia de Contra-Cultura Punk (Centro Cultural da Juventude - São Paulo), e no DIY Fest (Espaço Impróprio - São Paulo), e rendeu bons debates após as exibições.






Depois de assistir, lembrei ter passado por uma versão digitalizada de um zine muito interessante da Zona Leste de São Paulo: Raw Punk Sub. Com entrevistas com as bandas Cólera e Minc (Rússia), resenhas dos materias das bandas "Luta Armada" (SP), "Utgard Trolls" (DF), a compilação paulista "Chaoz Day 2007" e um artigo no sentido de entender e explicar o que é ser Punk o zine, de maio de 08, nasceu da iniciativa da editora Márcia Miranda e seu colaborador Jaaka (da banda Luta Armada/SP). Os dois também participaram da organização do "Chaoz Day 2007 Festival", um acampamento de dois dias no final de 2007 com participações de bandas de todo Brasil, e até dos países vizinhos, que seria gravado em áudio e vídeo além de uma mostra de zines e documentários, só não aconteceu porque quatro dias antes do evento - com tudo praticamente acertado - a polícia interditou o local onde aconteceria o evento e, sob alegação de "levar as pessoas para a cultura da violência" e "violência desnecessária" deteve e "fichou" os organizadores.
Mas essa história fica pra outra vez..
Por agora, quero compartilhar o arquivo desse zine.
Baixe, leia e manifeste-se.
Fanzine Raw Punk Sub 001

Até.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ruralistas privatizam a Amazônia (04/06/2009)

(o presidente Lula e a Senadora Marina Silva (PT/AC))

Feliz 05 de Junho - Dia Mundial do Meio Ambiente.


04/06/2009
Ruralistas privatizam a Amazônia
Por: Redação do Greenpace

Futuro da floresta está nas mãos de Lula.

Após uma longa e acirrada disputa de mais de cinco horas, a bancada ruralista do Senado conseguiu impor ao país, por uma apertada maioria de 23 votos a favor a 21 contra e uma abstenção, a Medida Provisória 458, a MP da Grilagem.

A MP apresentada pela presidência da República com a justificativa de legalizar terras ocupadas na Amazônia Legal havia sido aprovada na Câmara dos Deputados com a inclusão de emendas que beneficiam grileiros de terras públicas e empresas.
A medida possibilita que 80% das terras públicas apropriadas irregularmente, o equivalente a 67 milhões de hectares, sejam privatizadas.

Agora, a MP 458 segue para aprovação do presidente Lula.

“O congresso privatizou escandalosamente a Amazônia, o que vai aumentar o desmatamento e acelerar as mudanças climáticas. Os ruralistas insultaram a memória de tantos brasileiros que, como Chico Mendes, morreram na defesa do maior patrimônio ambiental do país”, disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.
“Agora a responsabilidade para evitar esse desastre está nas mãos daquele que o criou, o presidente Lula, que precisa seguir o conselho da senadora Marina Silva (PT/AC) e vetar os parágrafos da medida que ameaçam o meio ambiente.”

Em um discurso emocionante que, certamente, entrará para a história, a senadora Marina Silva falou da violência causada pela grilagem na Amazônia. Entre 1999 e 2008 5.380 conflitos envolveram 2,7 milhões de pessoas, provocando 253 mortes por assassinado.

“Os defensores dessa medida dizem que ela não vai legalizar a grilagem, mas não é o que pensam os especialistas. A MP 458 vai jogar por terra 15 anos de trabalho de promotores sérios contra a grilagem. Aqueles que grilaram vão ganhar o título de cidadão de bem”, disse Marina.

Juntamente com o senador Aloizio Mercadante (PT/SP), Marina até tentou uma negociação. A proposta foi manter no texto dois aspectos do texto proposto inicialmente pelo governo: prazo de 10 anos para que as terras regularizadas sejam vendidas (na Câmara dos Deputados, esse período foi reduzido para três anos) e possibilidade de empresas sejam donas de terras amazônicas.

Ironicamente, esse último item possibilita a internacionalização da Amazônia por empresas transnacionais, exatamente o que o falso argumento usado pelos ruralistas para tentar desqualificar o trabalho do Greenpeace .

Outro aspecto negativo é que os imóveis de ate 400 hectares não precisam passar por vistorias para serem regularizados. Pela MP 458, o governo aceitará uma declaração do próprio beneficiado descrevendo a situação em que suas terras se encontra para regularizar a terra, o que abre brecha para fraudes.

Agora cabe ao presidente Lula não deixar que a bancada ruralista, liderada pela senadora Kátia Abreu (DEM/TO) empurre goela abaixo da sociedade brasileiras a regularização da grilagem.

Crédito da imagem: Rodrigo Baleia/ Greenpeace
(Envolverde/Greenpeace)

Saiba mais:
MP 458
O que é "grileiro" e "grilagem"?
( baixe e leia "Livro Branco da Grilagem",
editado pelo Ministério da Política Fundiária e do Desenvolvimento Agrário em 1999
)
O que é "Bancada Ruralista"?
Quem foi Chico Mendes?
Quem é Marina Silva?
Quem é Kátia Abreu?
Quem elegeu Kátia Abreu?

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Seminário sobre a ditadura militar brasileira - dias 4, 18 e 25 de junho - Rio de Janeiro/RJ.

Saudações.

Continuam abertas as inscrições para o Seminário sobre o golpe militar de 1964, que começa semana que vem. Se você estiver interessado, inscreva-se logo, pois as vagas são limitadas.

Seminário sobre a ditadura militar

O golpe militar que derrubou, em 1964, o presidente João Goulart, completou 45 anos. Durante 21 anos, o Brasil foi submetido a uma ditadura implacável, que suprimiu direitos, reprimiu partidos e movimentos sociais, perseguiu, prendeu, torturou e matou. É muito importante que estes fatos e seus protagonistas não sejam esquecidos. As novas gerações precisam informar-se, para que as tentações totalitárias não encontrem terreno fértil.

A ASA contribui para a reflexão sobre o período ditatorial, organizando um Seminário com renomados professores e historiadores. Todas as mesas começam às 19:30 horas, na sala de vídeo.

Eis o programa:

Dia 4 de junho, quinta-feira: O governo João Goulart e a articulação do golpe militar; o projeto econômico da ditadura - Fernando Vieira (doutor em Sociologia, professor de História) e Oswaldo Munteal (doutor em História, professor).

Dia 18 de junho, quinta-feira: Repressão e resistência durante a ditadura – Rubim Aquino (professor, autor de livros de História) e Esther Kuperman (professora, historiadora e doutora em Ciências Sociais).

Dia 25 de junho, quinta-feira: Crise da ditadura, abertura e redemocratização – Modesto da Silveira (advogado, diretor da Casa da América Latina) e Regina Bruno (doutora em Sociologia, professora). No encerramento, o Coral da ASA cantará músicas da época. Como o número de lugares é limitado, pedimos que a inscrição seja feita com antecedência (das 9 às 18 horas, telefones 2539-7740 e 2535-1808 ou pelo e-mail asa@asa.org.br).

O Seminário é gratuito.

O Endereço da ASA é Rua São Clemente 155 - Botafogo - Rio de Janeiro - R.J. Próximo à Estação Botafogo do metrô.

A ASA possui estacionamento pago.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Saudações.
O "Talo da Brabera" recebeu ontem (dia 27/09/05) a nobre visita de Peter Cordenonsi, diretor do documentário "O Petróleo Tem Que Ser Nosso", disponibilizado na postagem sobre a manifestação em defesa da Petrobras do dia 21/05/09. Peter agradeceu-nos por divulgarmos o trecho de seu documentário (somos nós quem deveríamos agradecê-lo, Peter!) e nos informou que um novo trecho - mais específico sobre a Petrobrás e que inclui imagens da manifestação do dia 21 - estaria sendo disponibilizado por ele.
Nós agradecemos novamente, Peter - pela iniciativa e pela visita!

Fragmento sobre a Petrobrás do filme documentário "O Petróleo Tem Que Ser Nosso - Última Fronteira". Os entrevistados falam da importância, da tentativa de privatização e da descoberta do pré-sal pela Petrobras, patrimônio do povo brasileiro. Um filme em defesa do Brasil.

Direção: Peter Cordenonsi - direção de produção: Vera Moderno - direção de fotografia: Tiago Scorza - som direto: Thiago Sobral - direção musical: José Henrique Nogueira - arranjos: David Ganc - pesquisa: Gisele Rodrigues - projeto gráfico: Substancia 4 - promoção: Sindipetro-RJ e Aepet - Rio de Janeiro, Brasil, 2009®

Mais informações na página de vídeos de Peter Cordenonsi.

sábado, 23 de maio de 2009

E eu com isso!!

Saudações.
(esse texto é pessoal e ninguém é obrigado(a) a concordar comigo - pelo contrário, pesquisem e obtenham informações que retifiquem ou ratifiquem essa opinião e compartilhem!)

Muito temos ouvido falar sobre o "Influenza A", "H1N1" ou "gripe suína" - tanto faz - mas nada (ou quase nada) nos é informado sobre as vítimas dessa doença no México.

Por ano, naquele país, morrem 15 mil pessoas vítimas de doenças das vias respiratórias, a maioria pessoas de baixa renda e que não têm acesso a atendimento médico. Felipe Calderón, presidente mexicano, recomendou que seus compatriotas não saíssem às ruas (muitos dizem que ele fez isso para prevenir as possíveis manifestações de 1º de maio quando os sindicatos e partidos políticos marcaram manifestações que denunciariam a política econômica aplicada no país por sucessivos governos e que reduziram o poder aquisitivo dos trabalhadores).

Certo mesmo é que até agora os laboratórios Roche e Glaxo, os únicos fornecedores de medicamentos para o combate à suposta pandemia de gripe, viram suas ações no mercado crescerem vertiginosamente. Nada mal para tempos de crise financeira, heine?!
Donald Rumsfeld e Dick Cheney, acionistas das empresas agradecem ;)
Existe uma denúncia segundo a qual uma multinacional, que tem 50% de capital estadunidense, instalada no México, teria provocado a tal gripe. Trata-se da Granjas Carroll, que fica em Perote, uma localidade do Estado de Veracruz, cuja metade das ações pertence a Smithfield Foods, Inc., com sede em Virginia (USA). Esta multinacional não opera nos Estados Unidos porque foi punida por terem as suas criações de porco provocado contaminação. Aliás, defensores do meio ambiente no México há algum tempo já tinham advertido sobre a possibilidade de a Granjas Carroll contaminar a área onde está localizada. Tanto o atual governo, como o anterior, de Vicente Fox, ignoraram as advertências.

Nos Estados Unidos florescem campanhas racistas e preconceituosas contras os mexicanos e alguns mais extremistas chegam a defender a proibição de entradas dos estrangeiros. Coisas desse nível: “vou falar desta horrível, horrível história sobre como os imigrantes ilegais trouxeram do México uma variedade mortal de gripe para os Estados Unidos" (Michael Savage, radialista, programa "The Savage Nation", programa que atinge 9 milhões de ouvintes).

No Brasil, logo de cara, os meios de comunicação afirmaram que o país não estava preparado para a pandemia, num misto de terrorismo e de uso político da mídia. Até agora o que temos oficialmente são 9 casos confirmados e 12 suspeitos e só.

Alguém mais está sentindo cheiro de conspiração no ar?

cliquem na imagem e veja o outro lado da situação - a opinião do porco.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Entidades farão ato em defesa de nova legislação do petróleo no Rio



Saudações.

As centrais sindicais, movimentos populares, professores, estudantes e petroleiros que constituem a campanha "O Petróleo tem que ser nosso", farão ato no Rio de Janeiro em defesa do petróleo, por uma nova lei do petróleo e por uma Petrobrás pública e com compromisso social, nesta quinta-feira (21/5).

A concentração começa às 9h na Candelária e, depois, os manifestantes seguem até a Petrobrás.

O ato desta quinta-feira está dentro das linhas da campanha unitária, que pretende fazer um grande mutirão nacional para debater a necessidade do controle público do petróleo e gás, para melhorar a vida do povo brasileiro e garantir a soberania nacional.

Na semana passada, mais de 30 organizações realizaram a 3ª Plenária Nacional da campanha, onde fizeram definições importantes, que selam a unidade na defesa das riquezas do pré-sal, estimado em mais de 50 bilhões de barris de petróleo.

As entidades farão a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado unitário, por meio do qual se pretende abrir um grande debate nacional sobre o petróleo. As organizações buscarão atingir a marca das 1,3 milhões de assinaturas, número necessário para enviar um projeto de lei de iniciativa popular ao Congresso Nacional.

O documento também será enviado ao presidente da República.

O abaixo-assinado do projeto de lei pretende "assegurar a consolidação do monopólio estatal do petróleo, a reestatização da Petrobrás, o fim das concessões brasileiras de petróleo e gás, garantindo a destinação social dos recursos gerados".

Entre outras entidades, participam da campanha FUP (Federação Única dos Petroleiros), Sindipetro-RJ (Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro), CUT, CTB, Intersindical, PCB, MST, MAB, Via Campesina e Assembléia Popular.

sábado, 16 de maio de 2009

Que me perdoem os insensíveis...



Fico sob forte suspeita em me emocionar com esse vídeo, sendo eu um católico, comunista, pacifista e cartunista.
Não o coloquei aqui visando demonstrar as artimanhas da propaganda de guerra . O interesse dos que produziram esse vídeo não sujam a arte final. Sabemos para que fim foi feito. Mas o meio não poderia ter sido mais belo. Não vem neste para mostrar o que a propaganda propunha.
Mas a beleza plástica desse vídeo, no todo, me deixa triste em saber o quanto se gasta, entre tempo e dinheiro, com o ódio e o pouco que se importa com a arte.
A musica tema de fundo sob as palavras de dor num texto onde a amargura sobrepõe-se sobre a poesia. A figura amalgama da Virgem e Budha expõe nesse vídeo um toque genial de espiritualidade de uma amplitude belíssima do autor, e principalmente, o sentimento que provoca o sofrimento a maior vitima da incompreensão entre nós humanos, seja no âmbito familiar, na sociedade ou no teatro da guerra.A criança.
E que atire a primeira pedra aquele que nunca pensou na utopia de um mundo sem ódio.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Paul Singer: "Economia solidária pode ser saída para a crise."

Saudações.

Clube de trocas, cooperativas de trabalhadores e de consumidores, bancos comunitários.
Essas podem ser as melhores respostas à crise econômica.
A Economia Solidária ganha cada vez mais espaço no mundo e, no Brasil, não é diferente. Iniciativas dinâmicas como essas dão condições de sobrevivência às periferias - sejam das grandes cidades, das de pequeno e médio porte, seja no campo.
Existe até a Secretaria de Economia Solidária, encabeçada pelo economista Paul Singer, que é ligada ao Ministério do Trabalho. Ele explica que a diferença entre Economia Capitalista e Economia Solidária é que a capitalista se baseia essencialmente na propriedade privada, de meios de produção, ou seja, as fábricas, os escritórios, as clínicas, tudo tem dono. Esse dono é quem emprega trabalhadores em troca de um salário e que os trabalhadores façam o que ele manda. Na economia capitalista, a empresa está inteiramente a serviço dos interesses do dono, que é maximizar o lucro. Nem consumidores, nem trabalhadores têm poder. Quem tem poder é quem tem o capital.

Na economia solidária não tem isso.
Os donos dos empreendimentos são os trabalhadores ou os consumidores. Isso funciona, por exemplo, na forma de cooperativas, que podem ser:

- de produção, que são também chamadas de cooperativas de trabalhadores - em que não existe patrão, os próprios cooperados administram o empreendimento de forma coletiva, dividem o capital entre eles, por igual, e nas decisões que precisam ser tomadas, cada um tem um voto - ou de consumidores

- de consumidroes - em que pessoas que se juntam para atividades de proveito total deles. É o caso das escolas cooperativas - em que os pais dos alunos são sócios e mantém a escola - as cooperativas de habitação - em que as pessoas se associam para ter casa própria, algumas vezes trabalhando e produzindo a casa em regime de mutirão, outras vezes, só colocando dinheiro, para que se possa construir prédios e apartamentos; cooperativas na área de saúde - onde pessoas se juntam para fazer um plano de saúde e quem manda é quem usufrui do serviço.

Outro exemplo de economia solidária são os Clubes de Troca.
Em locais onde há poucos empregadores ou pouca fonte de renda cria-se um "novo mercado" baseado na troca de bens e serviços - chega-se mesmo a criar uma "nova moeda socia" que circula nesse novo mercado. Além dos benefícios óbvios - a possibilidade de adquirir o que não se precisa - o Clube gera integração e mobilização social.

Existem ainda os Bancos Solidários.
Os bancos comunitários são uma espécie de clube de troca mais amplo. Eles podem até receber depósitos. Se o empréstimo é em real, eles cobram juros. Comparando com o Brasil, que tem taxas inacreditavelmente altas, eles cobram pouco, cerca de 2% ao mês ou até menos. Isso porque os reais que eles têm são do Banco Popular do Brasil, que cobra algum juro. Mas se o empréstimo é na moeda social, não há juros.
Os primeiros foram o Banco Palmas, no Conjunto Palmares (uma comunidade carente de Fortaleza) e o BEM, no Morro de São Benedito (Vitória).
O objetivo é fazer com que o dinheiro da comunidade seja gasto na própria comunidade e com seus membros.

Mais informações sobre Economia Solidária aqui.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

25 de abril de 1974 - Revolução dos Cravos.


Saudações.
Passou me despercebida a data - assim como fizeram-se de mudos os meios de comunicação sobre o tema.
Há 35 anos nossos irmãos portugueses desfizeram-se da "mão armada" de Salazar e Caetano que insistiam em violentar e subjugar Portugal.
Não vou me extender sobre o tema - que, diga-se de passagem é extremamente nobre e deve ser conhecido por todos (clique aqui e aqui (texto do Laaz no Atitude Opinião) e saiba um pouco mais) - apenas quero deixar dois momentos simbólicos dos mais importantes para aquele povo e para todos que acreditam na Liberdade.

No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.

Às 22h 55m é transmitida a canção ”E depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.



O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção ”Grândola Vila Morena“, de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.



O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974: ao amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, solidários com os revoltosos; um soldado, ao avistar uma florista, pede a ela um cravo vermelho e coloca-o no cano de sua arma. O gesto logo foi copiado pela multidão e, em pouco tempo, passou a simbolizar a esperança de um novo tempo para Portugal.

Até breve.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

LAAD Brasil 2009 - O "negócio" da Guerra.

(clique na imagem pra ampliar)
Sem comentários.

terça-feira, 24 de março de 2009

Hora do Planeta - 28/03/2009 - 20h30.


Hora do Planeta
Sábado, 28 de março, às 20h30

O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta,
um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20h30,
no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados
a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.
O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos,
possível em todos os lugares do planeta,
tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.
Participe!
É simples. Apague as luzes da sua sala.

Mais informações aqui.

domingo, 22 de março de 2009

Reflexões sobre o Fórum Mundial da Água 2009


Saudações.
O "5º Fórum Mundial da Água", de Istambul, Turquia, encerra-se hoje,
22 de março
- dia Mundial da Água -
e, ao contrário do que eu imaginava,
mostrou-se uma lamentável disputa política e econômica
digna de fazer corar os engravatados do Fórum Econômico Mundial, de Davòs, Suíça.

Talvez fosse culpa da minha inexperiência - já que é a primeira vez que acompanhei o evento - mas não sabia o quanto o Conselho Mundial da Água (CMA),
responsável pela organização do evento,
está envolvido com corporações multinacionais e com grupos de interesse privado
com o objetivo de mercantilizar e comercializar os recursos hídricos
e maximizar os potenciais lucros.

Por isso senti-me obrigado a voltar aqui e compartilhar minhas impressões sobre o "FMA 2009".
Entre os diversos documentos propostos saltaram-me aos olhos um
que incluia a transferência de águas entre bacias hidrográficas como medida possível para solucionar situações de deficiência hídrica.
Não precisa ser muito esperto para saber o que isso implicaria e possibilitaria caso fosse aceito.
Não foi.

As últimas - e mais importantes discussões - em que diversos países se envolveram evidenciaram a sinistra queda-de-braço recheada de armadilhas jurídicas dos tempos modernos:

água como um "direito humano"
versus
água como "uma necessidade básica".

Segundo juristas, o problema é que o conceito de "direito básico" não tem implicações jurídicas, ao contrário da noção de "direito humano", que é garantida pela maioria das constituições nacionais.
Bem no meio da discussão estava a França,
país onde estão radicadas as maiores companhias privadas do setor hídrico e que pendeu
- vergonhosamente -
em defesa destas.

Pra piorar, no dia 15, uma manifestação contrária ao Fórum foi reprimida com violência com direito a gás lacrimogêneo, cassetadas e prisões. Ao longo da semana, as entidades contrárias ao Fórum emitiram discursos, realizaram oficinas e painéis com o objetivo de chamar a atenção para a parcialidade dos componentes do fórum.
A mídia não citou sequer uma.

É uma pena - mas foi lamentável.

Como uma tentativa de me retratar, deixo aqui uma entrevista com o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto da Bahia (Sindae), Pedro Romildo Pereira dos Santos, em que ele fala sobre as conseqüências do desperdício da água.

Romildo tem 43, é formado em História, pós-graduado em Gestão Pública, professor da rede pública municipal em Salvador, secretário de Meio Ambiente da FNU/CUT e membro do Conselho das Cidades.
Leiam pois vale a pena.

Até breve.