sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Relator da ONU defende ações do MST

Saudações.
Olivier De Schutter é advogado e relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação. Ele veio ao Brasil para participar de um seminário internacional sobre direito à alimentação, organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, e para coletar dados com vistas a um estudo sobre problemas relacionados à alimentação ao redor do mundo.

Num encontro com jornalistas em Brasília, hoje (dia 16), De Schutter tratou, entre outras coisa, de temas como:

a concentração fundiária em nosso país, considerada muito alta e ainda em crescimento (o próprio IBGE diz que "no Brasil, as pequenas propriedades, com menos de 10 hectares, totalizam 2,7% da área ocupada por estabelecimentos rurais. Já as grandes propriedades, com mais de 1.000 hectares, ocupam 43% da área total. Por outro lado, as pequenas propriedades somam 47% do total de estabelecimentos rurais, enquanto as grandes correspondem a 0,91%"),

e

o avanço da cultura de cana-de-açúcar para a produção de combustíveis (segundo De Shutter, a expansão da cana favorece a concentração de terras e a diminuição das áreas usadas para o cultivo de alimentos - fato já constatado no Estado de São Paulo, onde já seria visível a concentração de terras, em decorrência do aumento da produção de etanol). Para ele "o Brasil ainda precisa melhorar a sustentabilidade da produção do etanol".

Interessante, também, foi quando De Shutter:

elogiou o governo federal pela diminuição da desnutrição e pela queda da mortalidade infantil na última década,

chamou a atenção para a permanência de bolsões de fome, qualificando-os de "inaceitáveis"

e

defendeu a estratégia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de ocupar terras e exigir sua destinação para a reforma agrária. Em sua opinião, essa "é uma forma de chamar a atenção para o problema".

Não acredita? Leia aqui.

Numa semana de ataques violentos ao MST esse foi, sem dúvida, um apoio inesperado.
Mais informações aqui.
Até.

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