Sexismo
Aprendi recentemente (mas aprendi – antes tarde do que nunca!) que é a Resolução 34/180 da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU), de 18 de dezembro de 1979, que trata da igualdade entre homens e mulheres.
Dentre outras coisas essa Resolução prevê as mesmas condições de orientação profissional e de acesso aos estudos e de obtenção de diplomas em todos os níveis (desde a pré-escola até o nível profissional). Porém, chamou-me a atenção o parágrafo que prefê a “eliminação de qualquer concepção estereotipada dos papéis masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas de ensino mediante o encorajamento à educação mista e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em particular, mediante a revisão dos livros e programas escolares e adaptação dos métodos pedagógicos”.
Infelizmente não é isso o que vemos.
O sexismo se materializa em nossas escolas, ambiente de formação cada vez mais importante e ao qual nos lançamos cada vez mais cedo, através de simbolismos aparentemente inocentes como as filas “de meninas”, as brincadeiras segmentadas (meninos praticam esporte, meninas brincam com bonecas), nos livros, programas escolares, discursos e nas posturas dos professores que ratificam e encorajam os papéis sociais estereotipados, machocêntrico, e, por extensão, violento, branco e proprietarista.
Dessa forma moldamos nossa sociedade acolhendo as crianças não pelo que elas são mas pelo que esperamos que elas sejam.
Revendo nossos conceitos e nossos programas educacionais estaremos nos prevenindo para que as diferenças entre os sexos não se transformem em desigualdades e injustiças – de quebra, estaremos prevenindo a violência doméstica (de mulheres contra homens e de homens contra mulheres) e a violência social (de todos contra todos, pois o homem aprenderá a desenvolver maneiras mais sensíveis de ver o mundo e a mulher potencializará formas mais ativas de se inserir na vida), chegando, quem sabe, à raiz da violência, monopólio do homem, que vitimiza a ambos.
Educação para ser companheiros, não inimigos potenciais e reais na vida concreta do seu dia-a-dia.
Texto inspirado pelo blog http://sexismonapolitica.wordpress.com/, baseado nas idéias precisas de Wilson Correia (Mestre em Educação e Colunista do Brasil Escola) e dedicado à todas as pessoas que passarem por aqui – homens ou mulheres -, especialmente à minha amiga blogueira solitária, incansável e estranha Bloody Mary.
Até.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
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2 comentários:
Tudo em nosso país, absolutamente tudo, é questão de educação, a educação dada nas escolas e a educação que vem de casa, que na minha opinião, hoje em dia, é a mais precaria.
Exelente texto.
Pandora!,
em nome do "Talo da Brabera" eu agradeço sua visita e sua opinião. Muitos dos males dos nossos dias têm origem em nós mesmos, na forma como nós nos (des)educamos e como repetimos e repassamos - inadvertidamente - conceitos distorcidos, repletos de valores maniqueístas e movidos por interesses alheios aos nossos.
Questionar - e mudar - é preciso!
Basear-se em conhecimento e educação é fundamental para isso. Não na educação estabelecida por quem apenas tem interesse em nos manter sob controle, mas aquela que nos estimula a pensar, formar opiniões coerentes e que nos leva a alcançar nossas metas.
Até.
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