quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Salvatore Cacciola está livre.


Ex-dono do banco Marka, Salvatore Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão pela Justiça brasileira, em primeira e segunda instâncias, sob a acusação de ter cometido crime de gestão fraudulenta de instituição financeira e peculato, após escândalos dos bancos Marka e FonteCindam em 1999.

Cacciola foi acusado de se valer de operações ilegais de compra de dólar que resultaram em prejuízo de R$ 1,6 bilhão ao tesouro brasileiro durante a desvalorização do real, no início de 1999.

Por conta disso, Cacciola foi preso provisoriamente, mas em 2000 conseguiu um habeas corpus do ministro do STF Marco Aurélio Mello e viajou para a Itália, onde tem cidadania.

Logo depois, o plenário do Supremo revogou a liminar concedida, determinando uma nova prisão, mas Cacciola não retornou ao Brasil e passou a ser considerado foragido.

Um pedido de extradição do ex-banqueiro foi negado pela Itália, sob o argumento de que ele possui a cidadania italiana.

Depois de ser localizado pela Interpol no Principado de Mônaco em setembro de 2007, Cacciola foi preso. Ele foi extraditado ao Brasil em julho do ano seguinte. Desde então, estava no preso no Rio.

Estava.

A Justiça do Rio de Janeiro concedeu decisão favorável a Salvatore Cacciola e reduziu em um quarto a pena de prisão que o ex-banqueiro cumpre. A juíza Roberta Barrouin de Souza decidiu que Cacciola se encaixa nos casos previstos no decreto presidencial que trata do indulto de Natal e da comutação de penas às pessoas condenadas e libertou o ex-dono do banco.

Dizer o quê mais?!

domingo, 21 de agosto de 2011

Bezerro é sacrificado após prova na arena de Barretos.

Saudações.
Não é preciso viajar à Portugal, Espanha e França para
testemunhar e comprovar o tamanho da ignorância humana.

Na noite da última sexta-feira (19/08) um bezerro precisou ser sacrificado após uma prova ocorrida no segundo dia da 56ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.

Na prova de bulldog (imobilização de bezerros), válida pelas finais da ANB (Associação Nacional de Bulldog), o peão tem de imobilizar um bezerro com as mãos, sem o uso de nenhum equipamento, e derrubá-lo. O bulldogueiro/assassino Cesar Brosco - guardem esse nome -, trajado como um típico habitante do velho-oeste dos Estados Unidos (?!), saltou de seu cavalo e agarrou pelo pescoço o bezerro que, atirado à arena apenas para satisfazer ao sadismo dos peões, caiu e ficou imóvel.

Sobre o fato, na mesma noite, houve de tudo.

O veterinário Marcos Sampaio de Almeida, de Os Independentes, disse que o bezerro foi levado para uma ambulância veterinária e passava bem.

Orivaldo Tenório de Vasconcelos, diretor do Ecoa (Centro de Estudos de Comportamento Animal), ligado à organização do evento, disse, por sua vez, que havia a suspeita de que o bezerro tivesse sofrido uma fratura na coluna cervical.

"Percebi que ele tinha perdido o reflexo das patas e pedi para sacrificá-lo. Vou necropsiá-lo para saber a verdadeira causa da morte", afirmou o diretor.

Já no sábado Vasconcelos confirmou a morte e disse que a necropsia constatou que o bezerro havia sofrido uma lesão nas vértebras e, por isso, havia ficado tetraplégico. Diante da situação, o bezerro foi sacrificado.

Confiram as imagens do lamentável fato clicando aqui.

Pelo fim das touradas, farras-do-boi e redeios já!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

LIKE A TEXAS MURDER - TOURADA (2011)








tourada é um espetáculo tradicional de Portugal, Espanha e França
e outros paises baixos que eu não vou citar, só xingar
dizer quanto eu odeio um toureiro imbecil
achando graça em matar

eu quero que se foda
tradição é a minha rola
eu quero te espancar
50 vezes sem parar

arquibancadas lotadas de gente ignorante, mostrando para os filhos que aquilo é normal
o toureiro é um herói, você torce por ele, no campo de batalha o touro é do mal
de vô para pai, de pai para filho continuam com essa merda de legado da maldade
mas se um dia eu tivesse a oportunidade, arrastaria tua cabeça pelas ruas da cidade

O toureiro mexicano Michelle Lagravere, o Michelito, de apenas 11 anos
matou seis touros jovens e cortou suas orelhas durante uma tourada linda e maravilhosa
na tentativa de entrar para o Guinness, o livro dos recordes, como toureiro jovem
matando tantos animais em um só dia, fazendo a torcida entrar em euforia
sentindo orgulho da sua profissão, escolhida desde então, uma tradição
pedindo pra morrer na rua, espancado e sem dentes

num vou mentir pra você
vou fazer a banda crescer
pra tocar na Europa
torcer pra encontrar um toureiro na rua
mostrando a farda vermelha na minha cara
sentindo minha faca na goela piriguete
encravada ate o crânio fazer CREQUE

morre
toureiro filho duma puta
eu quero te ver sofrer
agonizar ...ate morrer.

LETRA E MÚSICA DA BANDA LIKE A TEXAS MURDER DE SANTOS,SP, QUE REFLETE EXATAMENTE O PENSAMENTO DESTE BLOGUEIRO. ALÉM DA PANCADARIA SONORA, A MENSAGEM ESTÁ CLARA : "TOUREIRO F.D.P. EU QUERO TE VER SANGRAR ATÉ MORRER"


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mark Dogan, a falta de políticas públicas e criminalização da juventude pobre, negra e marginalizada da Inglaterra e as mídias.


Levou um tempo até que eu conseguisse compreender os fatos ocorridos em Londres.
Ainda não os tenho por completo mas vamos às partes:

No primeirovídeo um incauto reporter inglês da BBC escolhe inadvertidamente alguém no meio dos disturbios de ingleses e questiona-o sobre os eventos das últimas noites.
Mal podia imaginar que o senhor Marcus Dowe, escritor e jornalista, sabia mais sobre o que acontecia pelas ruas de Londres do que a emissora da rainha gostaria.


(traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu)

BBC (para a câmera): Vamos falar com Marcus Dowe, escritor e jornalista. (A câmera mostra um senhor, visivelmente perturbado.) Marcus Dowe, qual sua opinião sobre tudo isso? Você está chocado com o que viu lá a noite passada em Londres?
Entrevistado: Não, não estou. Vivo em Londres há 50 anos e há “climas” e momentos diferentes. O que sei, ouvindo meu filho e meu neto, é que algo muito, muito sério estava para acontecer nesse país. Nossos líderes políticos não tinham ideia. A Polícia não tinha ideia. [Só faltou completar: “Os jornais e os jornalistas não tinham ideia”.]

Mas se se olhasse para os jovens negros e para os jovens brancos, com atenção, se os ouvíssemos com atenção, eles estavam nos dizendo. E não ouvimos. Mas o que está acontecendo nesse país com eles...

BBC: Posso interrompê-lo, por favor... O senhor está dizendo que não condena o que houve ontem? Que não está chocado com o que houve em nossa comunidade ontem à noite?
Entrevistado: É claro que não condeno! Por que condenaria? A coisa que mais me preocupa é que havia um jovem chamado Mark Dogan, tinha casa, família, irmãos, irmãs. E a poucos metros de sua casa, um policial rebentou sua cabeça com um tiro.

BBC [interrompendo]: Sim, mas não podemos falar sobre isso. Temos de esperar o julgamento, o tribunal não se manifestou sobre isso... Não sabemos o que aconteceu. O senhor estava falando do seu filho, de jovens...
Entrevistado: Meu neto é um anjo. Me enfureço só de pensar que ele vai crescer e um policial pode colá-lo a uma parede e explodir sua cabeça com um tiro. A Polícia detém e pára e revista os jovens negros sem qualquer razão. Alguma coisa vai muito mal nesse país. Perguntei ao meu filho quantas vezes ele foi parado pela polícia. Ele me disse “Papai, não tenho conta de tantas vezes que aconteceu...”

BBC: Mas... Isso seria justificativa para sair e quebrar tudo, como vimos nos últimos dias em Londres?
Entrevistado: Onde estava você em 1981 em Brixton? Não digo que estão acontecendo “tumultos”. O que está acontecendo é insurreição das massas, do povo. Está acontecendo na Síria, em Liverpool, em Port of Spain... Essa é a natureza do momento histórico que vivemos.

BBC: O senhor não é estranho a essas agitações. O senhor já participou de agitações como essa, como sabemos.
Entrevistado: Nunca participei de agitação alguma. Estive em muitas manifestações que acabaram em conflitos. Seria normal que a Polícia da Índia Ocidental me acusasse de ser agitador. Mas absolutamente não admito que você me acuse de agitador. Quis oferecer um contexto para o que está acontecendo. O que é que vocês queriam? Masmorras?

BBC: Infelizmente, o senhor não conseguiria ser objetivo. Obrigada pela entrevista.

[Corta e o “jornal” passa a falar da suspensão de uma partida de futebol].

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No segundo vídeo a Globonews convida o sociólogo Silvio Caccia Bava para opinar sobre os mesmo fatos. Enquanto os jornalistas insistem em criminalizar os protestos, o sociólogo os contradiz, afirma que a reação violenta é uma resposta à falta de políticas públicas e à criminalização da juventude pobre, negra e marginalizada da Inglaterra.


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Estamos juntando as peças.

sábado, 6 de agosto de 2011

Jobim x Amorim.

Desacordo? Desalinho? Desprestígio?
Descaso? Descuido? Desrespeito?

O fato é que Nelson Jobim, Ministro da Defesa, caiu.
E caiu tarde.
Jobim, enquanto pôde, foi ferrenho opositor do PNDH-3 e da Comissão da Verdade (que pretende investigar os crimes praticados pelos militares durante o regime autoritário). Só por esses dois pontos já não merecia figurar entre os que decidem nesse país.

Além disso sua usual mania de falar sem pensar aliada a sua completa falta de alinhamento político com o atual governo contribuiram - há muito - para sua demissão.

O presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), disse nesta sexta-feira (5), em João Pessoa, que o ex-ministro Nelson Jobim (PMDB) nem precisa de convite para se filiar ao PSDB e que, se ele quiser, "o partido é dele".

Isso nós já suspeitávamos..

Em seu lugar entra Celso Amorim, indicado por David Rothkopf, da revista Foreign Policy, em 2009, como "o melhor chanceler do mundo".

Amorim, responsável por um direcionamento mais humanista da política externa durante o governo Lula (quando era ministro das Relações Exteriores), assumiu importantes posições em relação ao Irã, Bolívia e Equador - o que me faz imaginar o que virá por aí (principalmente por parte da mídia).

Os próximos capítulos prometem ser emocionantes!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A traição dos Inocentes - 31 anos depois.

Agosto de 1981, periferia de São Paulo.
O guitarrista Antônio Carlos Calegari, o baterista Marcelino Gonzales e o baixista Clemente convidam Maurício para assumir os vocais de um novo projeto punk.
Nascia a banda Inocentes.
Inspirados por Buzzcocks, Vibrators, Generation X, New York Dolls, The Saints e Ramones - e batizados pela obra de John Cooper Clarke, "Innocents", os quatro rapazes sabiam exatamente do que se tratava todo aquele burburinho em torno das bandas e do rock. Em seu manifesto escrito para a revista “Galery Around”, Clemente definiu seu intento:
“Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer”.
Em 83 a Inocentes invadiu o Rio de Janeiro para se apresentar no Circo Voador. No mesmo ano entraram em estúdio para registrar o LP “Miséria e Fome”. Das 13 faixas 10 foram censuradas e o LP virou EP. Descontentes com os rumos da cena punk brasileira - violenta e desorganizada -, em pleno palco do lendário Napalm, Clemente decreta o fim da Inocentes e rompe com o movimento. Com Tonhão, na bateria, André Parlato, no baixo, Ronaldo dos Passos, na guitarra, e Clemente, nos vocais e guitarra, a banda retorna em 84 mais próxima do Pós-Punk e da New Wave, integrando a cena conhecida por Rock Paulista. Em 86 assinam com a Warner, lançam o clássico “Pânico em SP” e são agraciados com o título de "traidores do movimento". Tarde demais. O fim dos anos 80 e o início dos anos 90 foram marcados por uma confusa busca de identidade, pressões e o eterno dilema mainstream x underground. Somente em 94 as entranhas da banda novamente foram expostas com a volta à sonoridade e enregia pulsante dos primeiros registros. Nem as dificuldades naturais de se fazer rock de verdade, nem as mudanças na formação impediram que a banda retomasse seu lugar de destaque no Punk nacional. Seguiram-se apresentações ao lado de Ramones, Sex Pistols e Bad Religion - sempre com Clemente à frente, como símbolo. Após 31 anos de estrada é impossível não reconhecer a combinação de talento, convicção e coragem traduzida em poucos acordes e em letras que foram da ingênua frustração juvenil à mais profunda reflexão filosófica em uma das mais valiosas discografias do rock brasileiro.
Obrigado, Clemente.


http://tramavirtual.uol.com.br/inocentes
http://www.inocentes.com.br
http://www.myspace.com/inocentes