quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Videla condenado.

Saudações.
O ex-ditador argentino Jorge Videla (1976-81)
foi condenado nesta quarta-feira (22/12/2010) à
prisão perpétua.
O general da reserva foi considerado culpado pela morte de opositores e outros crimes contra a humanidade, em um julgamento contra 30 líderes do regime militar.

Um dia antes, Videla chegou a assumir a responsabilidade por crimes políticos cometidos durante a "Guerra Suja", na última ditadura militar (1976-1983). Videla fez a declaração ao final de um julgamento sobre o fuzilamento de 31 presos políticos em Córdoba.

"- Assumo plenamente minhas responsabilidades.
Meus subordinados limitaram-se a cumprir ordens."

Videla é acusado desses crimes junto a outros 29 militares. No depoimento final de 49 minutos que leu pausadamente, o ex-ditador, de 85 anos, disse que assumirá "sob protesto a injusta condenação que possam me dar".

Depois apontou para o governo da presidente Cristina Kirchner, assinalando que as organizações armadas dissolvidas "não mais precisam da violência para chegar ao poder, porque já estão no poder e, daí, tentam a instauração de um regime marxista à maneira de [Antonio] Gramsci" (teórico marxista italiano).

O período conhecido como Guerra Suja provocou a morte de 30 mil opositores, segundo ONGs de direitos humanos. Muitas das vítimas eram mulheres grávidas, cujos bebês foram adotados pelos militares, dando origem aos grupos Mães da Praça de Maio e Avós da Praça de Maio, que ainda buscam informações sobre milhares de desaparecidos.

A democracia foi restaurada em 1983, com a eleição de Raúl Alfonsín, após a grave crise na qual se meteram os militares por conta da Guerra das Malvinas (1982).

O ex-ditador já havia sido condenado à prisão perpétua num histórico julgamento dos comandantes militares em 1985, mas recebeu indulto alguns anos mais tarde, pelo então presidente Carlos Menem (1989-1999).

O perdão foi anulado pela Corte Suprema em 2007 e, desde então, contra Videla, foram somada várias causas por crimes de lesa-humanidade, durante a ditadura.

Para homenagear essa data histórica
sugiro a canção "
Todo Cambia", de Mercedes Sosa,
"
a voz dos sem-voz".



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