Começo o debate com essa figura. Afinal, vende-se? A resposta mais óbvia para um conservacionista é negativa, argumentando sempre que é inestimável. Sobre isso, o post de hoje tem como objetivo ajudar a enxergarmos por outras perspectivas. O fato meus amigos, é que vende-se sim, e tem um valor intrínseco perfeitamente calculável, mas que ninguém sequer se deu conta das proporções gigantescas de que estamos tratando.
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Artigo de apoio, adaptado de: http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/7662565.stm
A economia global está perdendo mais dinheiro devido à devastação de florestas do que através da atual crise financeira, de acordo com um estudo patrocinado pela UE.
Calcula-se que o custo anual de perdas florestais varie entre 2 a 5 trilhões de dólares. (Rup: O pacote econômico proposto pelo governo Bush pra recuperar o estrago da crise ao longo de vários anos foi de ''apenas'' 700 bilhões de dólares.
O cálculo se fez adicionando valores aos vários ''serviçoes prestados'' por uma floresta, como prover água limpa e absorver dióxido de carbono. (Rup: Devido ao mercado de carbono em alta, a captura de dióxido de carbono realmente tem um preço fixo.)
O estudo, encabeçado por economista do Deutsche Bank, também faz um paralelo com o Relatório Stern sobre os impactos econômicos da mudança climática global.
Alguns conservacionistas vêem-no como uma nova maneira de persuadir a política global para financiar a proteção da natureza ao invés de permitir o declínio do número de ecossistemas e espécies, destacados no lançamento na segunda-feira da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. (Rup: Embora eu creia que quanto menor o bem-estar econômico, mais se aumenta a voracidade em transformar reservas naturais em recursos financeiros.)
Perdas de Capital
O líder do estudo, Pavan Sukhdev enfatizou que o custo da devastação não só supera as perdas do mercado financeiro como também ocorre de forma contínua, a uma taxa anual muito superior ao que a bolsa vem perdendo ao longo da crise:
Teeb vai... mostrar que os riscos que corremos não são adequados ao verdadeiro valor implícito na natureza" Andrew Mitchell Global Canopy Programme |
Mensagem do Stern
Para entender suas conclusões, é fundamental associar a destruição das florestas com a interrupção de serviços que estava sendo providenciados essencialmente de graça.
Ou seja, a economia humana terá que providencia-los artificialmente, seqüestrando carbono, contendo a erosão, reciclando a água e plantando alimentos que antes estavam naturalmente disponíveis.
Segundo os cálculos da Teeb, o custo dispara desproporcionalmente sobre os pobres, em que grande parte do seu estilo de vida depende direta ou indiretamente desses serviços, especialmente em regiões tropicais. (Rup: Principalmente por que o investimento tecnológico para se conter o prejuízo talvez seja incalculável para essas populações.)
Leia mais no link (em inglês)
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Rup: Basicamente, essa tese confirma a necessidade de se calcular os prejuízos antes de buscar os benefícios. Coisa que certamente o Brasil não vem fazendo ao longo de sua história, ao buscar o lucro imediato sem ter idéia do quanto perderá no futuro.
Sendo chato ou não, é óbvio que isso põe novamente em cheque a necessidade de se utilizar grandes quantidades de terras agricultáveis apenas para manter a produção de carne. E visto que sua produção é drasticamente menos eficiente que as proteínas vegetais, será que estamos calculando ignorando os custos gigantescos do prejuízo apenas para por o filé no prato? É algo a se pensar.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/4296
Um comentário:
O_O CARALHO
Bom, sexta agitada, não da tempo de "ruminar" esse post pra poder comentar decentemente, então deixo para outra hora.
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