Saudações.
Ele já teve o nome citado como sendo a verdadeira origem do mensalão, está tentando limitar e controlar a Internet igualando usuários, hackers e estelionatários e agora está de olho nos direitos dos estudantes. O digníssimo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) quer por que quer restringir o benefício da meia-entrada.
Pra quem não sabe, na década de 40 a UNE (União Nacional dos Estudantes) conquistou o direito ao estudante de pagar metade do valor dos ingressos em shows, teatros,cinemas e atividades esportivas e culturais. A intenção era garantir a complementação da formação acadêmica dos jovens, inserindo-os nos mais diversos universos sociais capazes de torná-lo um cidadão completo – conhecimento e vivência (pode parecer besteira mas não é, eu garanto!).
Após o golpe militar houve uma descaracterização desses princípios, a “carteirinha” que antes era emitida pela UNE e pela UBES passou a ser livremente produzidas pelas próprias escolas e cursinhos, chegando ao cúmulo de, nos anos 80, ser possível “comprar” uma dessas no camelô.
Pouco a pouco,com a reconstrução das entidades estudantis, o benefício da meia-entrada foi reestruturado com Leis Estaduais por todo o país e voltaram a ser emitidas pela UNE e UBES.
Eis que, durante o governo FHC (que o capeta o tenha em bom lugar!), a Medida Provisória (veja bem: MEDIDA PROVISÓRIA, do executivo!) 2.208/01 derrubou essas conquistas permitindo que qualquer escola, curso, agremiação ou entidade estudantil produzisse suas próprias carteirinhas, sem parãmetros ou fiscalização. Os objetivos não podiam ser mais claros: tornar ilegítimo o direito dos estudantes e, de quebra, favorecer empresários que enxergam nas “pseudo-instituições educacionais” unicamente uma fonte de lucro. Desse modo, o direito à meia-entrada passou a ser “mal-visto” por produtores de eventos que atribuem à esse direito o fato de os ingressos custarem tão caros – entre outras barbaridades.
A UNE e a UBES continuam defendendo a institucionalização da meia-entrada e, mais do que isso, a seriedade na emissão de tal documento.
Já o senador Azeredo quer “estrangular” o direito conquistado pelos estudantes. Quer que crie-se uma cota que limite a entrada de pagantes de “meia-entrada” em 40% dos ingressos e que que a “carteirinha” tenha validade de segunda a quinta (ou seja, se você tem que estudar e trabalhar durante a semana toda – e fica só com os finais de semana pra se divertir em eventos culturais e esportivos, já era).
Pois bem.
Eu não me enquadro mais na categoria “Estudante” (pelo menos oficialmente) mas, mesmo assim é lamentável o que esse senhor tem feito. Fica claro, com tais ações, de que lado o senador Eduardo Azeredo está.
Primeiro (que se tem ciência), mensalão.
Depois, controlar a Internet e criminalizar usuários.
Agora, “estrangular” um direito conquistado pelos estudantes na década de 40!
E você? De que lado está?
sábado, 3 de janeiro de 2009
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4 comentários:
Era o que faltava! Com a educação precária, e a dificuldade de acesso à cultura, essa restrição seria enterrar de vez nossas possibilidades.
Imagine como seria ainda mais inviável para uma escola organizar uma excursão para uma exposição, por exemplo, tendo que pagar valores absurdos pela entrada. Imagine ainda que essa escola tem a maioria dos alunos com condições financeiras precárias. Como garantir o acesso à cultura, se cada vez mais nossas possibilidades estão sendo eliminadas?
Palavra de um aluno e futuro professor.
Só pode ser brincadeira.
Fora minha revolta, estou aqui pensando: como combater isso?
Procurei pela net algum link do Petition Online combatendo isso, mas não encontrei. Não tenho mais contato com pessoas que participam de movimentos estudantis, então não sei como está sendo o combate a isso. Alguém aí sabe como fazer algo?
Eu poderia ver com o pessoal da faculdade (não sei como ainda deposito esperanças naquelas amebas), mas o problema é que as minhas aulas só recomeçam dia 04/02. Esse Petition Online funciona como estou pensando? É aquele site que o pessoal faz manifestos e tal?
É então, não sei como funciona pra criar, mas no final a galera divulga um link dele, em que a pessoa assina o nome, digita RG e CPF, algo do tipo nao lembro... e aí vai contabilizando, até um numero determinado pra ser enviado ao e-mail de alguém (normalmente de dentro do governo)
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