terça-feira, 30 de setembro de 2008
Como prever o futuro?
Obs.: assim que eu descobrir quem foi o autor dessa pequena pérola de sabedoria eu darei os devidos créditos. Por enquanto, basta-me o ensinamento.
Até mais.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
RATM - Testify
Vídeo, som e letras brilhiantes, de uma das bandas que mais contribuiu a definir o que eu sou (se isso é bom ou mal, não vem ao caso agora!).
The glamour subdued me
The tabloid untied me
I'm empty please fill me
Mister anchor assure me
That Baghdad is burning
Your voice it is so soothing
That cunning mantra of killing
I need you my witness
To dress this up so bloodless
To numb me and purge me now
Of thoughts of blaming you
Yes the car is our wheelchair
My witness your coughing
Oily silence mocks the legless boys
Who travel now in coffins
On the corner
The jury's sleepless
We found your weakness
And it's right outside your door
Now testify
Now testify
It's right outside your door
Now testify
Yes testify
Its right outside your door
With precision you feed me
My witness I'm hungry
Your temple it calms me
So I can carry on
My slaving sweating the skin right off my bones
On a bed of fire I'm choking on the smoke that fills my home
The wrecking ball is rushing
Witness your blushing
The pipeline is gushing
While here we lie in tombs
While on the corner
The jury's sleepless
We found your weakness
And it's right outside your door
Now testify
Yeah testify
It's right outside your door
Now testify
Now testify
It's right outside your door
Mass graves for the pump and the price is set
And the price is set
Mass graves for the pump and the price is set
And the price is set
Mass graves for the pump and the price is set
And the price is set
Mass graves for the pump and the price is set
And the price is set
Who controls the past now controls the future
Who controls the present now controls the past
Who controls the past now controls the future
Who controls the present now?
Now testify
Testify
It's right outside your door
Now testify
Testify
The war is right outside your door
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Elite da Meia-lua Boliviana tenta o golpe
Movimentos sociais, organizações de classe e o governo boliviano denunciam uma tentativa de golpe orquestrado pela direita no país. A movimentação golpista é encabeçada pelos governadores da chamada "Meia-Lua Boliviana" (que corresponde aos departamentos de Pando, Beni, Santa Cruz, Chuquisaca e Tarija), pelo Comitê civil de Santa Cruz (principalmente a figura de seu presidente, Branko Marincovic) e pelo ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Philip Goldberg, declarado persona non-grata ao país na semana passada.
Na última semana, ocorreram nesses departamentos uma série de atentados a escritórios governamentais, instalações de transporte de gás e petróleo, agências de comunicação públicas e um lamentável massacre realizado por mercenários na província de Pando, que até o momento já contabiliza cerca de 30 campesinos e indígenas mortos. Em Santa Cruz, uma organização neo-fascista - Unión Juvenil Cruceña - age como um braço armado paramilitar contando com legitimação e suporte dos administradores locais.
O governo do Movimento ao Socialismo (MAS) e Evo Morales, obtiveram uma aprovação nacional alta no referendo realizado no mês de agosto, ultrapassando a casa dos 67%. Esse resultado parece ter despertado a necessidade de "outros métodos" por parte dos chamados "cívicos" para frear o processo de mudança na Bolívia e assegurarem assim, o controle de suas regiões e privilégios baixo a bandeira da autonomia.
Ao contrário do quem vem sendo propagado pela imprensa corporativa, o governo boliviano tem agido com cautela, evitando cair na estratégia golpista da provocação, que espera a repressão para deslegitimar qualquer tentativa de diálogo, e planeja punir os culpados pelos atentatos e pelo massacre ordenado pelo governador de Pando, Leopoldo Fernández. Logo após as primeiras movimentações da direita na semana passada, o ministro da defesa Walker San Miguel assegurou em seu discurso - "os fascistas não passarão".
Fonte: http://www.midiaindependente.org/
terça-feira, 23 de setembro de 2008
O que é ser punk?
Por Greg Graffin/ Bad Religion
SER PUNK
A Details (7/96) intitulou de "Anarchy in the 10th Grade" (“Anarquia em décimo grau”)
Por Greg Graffin
"Ele continuou a afirmar que nós não sabemos nada sobre o que é ser punk porque 'estamos muito longe disso'. Ele estava claramente com raiva e intolerante com o que nossas músicas recentes tinham a dizer. Ele acreditava que a santidade do punk havia sido infringida de alguma forma pelos nossos dois últimos discos (mas ele também declarou que nossos sete discos anteriores também eram culpados de tal traição).
No mesmo dia, abordei uma pessoa na rua na cidade em que eu moro e ela me reconheceu como vocalista do Bad Religion. Assim como o cara que me mandou a carta, ele também era punk, mas não estava com raiva ou me julgando. Nós conversamos um pouco e ele falou sobre como hoje em dia cada vez mais jovens em geral estão hostis e estranhos e não querem ouvir ninguém mais além de seus confortáveis círculos de amizade. E em como as pessoas parecem estar motivadas atualmente por uma força invisível de mente fechada. Seu desejo aberto por opinião e seu foco em assuntos relevantes tinham frescor e lembrei-me de todas as coisas legais a respeito dos punks com quem eu cresci e com que ainda interajo hoje: abertos, inclusivos, despretensiosos e não arrogantes e dispostos a confrontarem pessoas ou instituições que parecem injustas ou falsas. Ao invés de estarmos preocupados em estabelecer uma instituição que poderia excluir outros, nós estávamos interessados em incluir pessoas que se sentem deixadas de lado ou desiludidas com seu círculo social.
Naquele dia, eu vivenciei uma das melhores coisas sobre o punk - os traços mostrados pelo garoto na rua - e a pior coisa - o pensamento negativo, egoísta, dogmático do garoto que escreveu a carta. Ambos se auto-intitulavam punks e eram de pólos ideológicos opostos. Há 16 anos sou membro dessa estranha subcultura e eu percebi que existem facções liberais e conservadoras. Nesse sentido, é um microcosmo de sociedade em geral. É uma tarefa insana tentar definir o punk universalmente. Seus significados são confundidos em todo lugar por circunstâncias contextuais. Uma garota de 16 anos de uma família rica e religiosa que vai à igreja todo domingo, com seu moicano verde e uma camiseta escrito ‘Fuck Jesus’ é punk. Mas é também punk um professor de biologia de 42 anos que alega que as idéias de Charles Darwin estavam erradas. Nenhumas das pessoas ouviram falar ou se conhecem e nem freqüentam o mesmo clube underground. Mas suas lutas para estabelecerem instituições e reações ao pensamento dogmático as une espiritualmente. Se isso é genético ou ensinado, não sabemos. Mas eu também sinto carinho por todos que compartilham desses traços. Eu não me sinto conectado com aqueles que são exclusivistas, elitistas e que pensam que seu modo de vida é um modelo de como os outros devem viver. Minha filosofia foi feita pelo pensamento aberto de meus pais é claro, mas também através da desordem que eu vivenciei enquanto crescia. Enquanto eu percebia que muitas crianças sofreram mais do que eu, encontrei muita gente que se auto-intitulava punk e que tiveram experiências parecidas com as minhas.
Em 1976, aos 11 anos, eu me mudei com minha mãe e meu irmão para San Fernando Valley, em Los Angeles. Como milhões de outras vítimas de divórcio nos anos 70, eu tive que lidar com o fato de que meu pai estava vivendo longe (em Racine, Wisconsin) e eu não o veria tanto quanto as outras crianças vêem os seus. Essa dor misturava-se com a alienação desnorteante que sentia, sendo um garoto de Wisconsin num colégio de Los Angeles. Eu havia entrado num ambiente diferente de tudo que havia vivenciado até os 11 anos. Eu tinha um cabelo fino, castanho escuro, escorrido, impossível de pentear num estilo rock and roll dos anos 70, que era tão popular. Usava camisas de veludo do K-Mart, e calças de tecido porque eram mais baratas do que jeans e nós não tínhamos muito dinheiro. Eu tinha sapatos vagabundos, geralmente do K-Mart ou Payless, com uns logos idiotas que imitavam as marcas populares que as outras crianças usavam.
Eu tinha um skate de plástico azul com rodas barulhentas, totalmente fora dos padrões das pistas de skate tão populares no sudeste da Califórnia. Eu nunca tinha ido à praia e achava que era somente um lugar para ir nadar e não um modo de vida. As pessoas me perguntavam, ‘cara você se diverte?’ Eu pensava em nossas festas de aniversário em Racine. Nós ficávamos acordados até depois da meia-noite e tomávamos sorvete e refrigerante, mas fora isso, não tinha muita experiência em festas. Levei seis meses para entender que festa era sinônimo de ficar doidão.
Eu vi um cara ir para aula com olhos pequenos e um sorriso eufórico de maconha (no início eu não sabia que cheiro era aquele). Os colegas de escola tinham projetos secretos que falavam somente quando o professor, Mr. Feers, saía para fumar um cigarro. O trabalho deles consistia em fazer cilindros de poliuretano, selados no fundo, areados suavemente no topo e com alguns buracos de 1/4 polegadas feitos rapidamente na máquina de furar papel. Eu ficava confuso quando me perguntavam ‘cara!....olha só meu bongô, não é maneiro?’ Além de não saber o que era um bongô, não entendia o adjetivo usado para descrevê-lo e nem porque estava escondido.
Tudo que sabia era que havia algum segredo estranho por trás daquilo e eu não era um dos que compartilhavam dessa informação. As crianças deslocavam-se na pirâmide social revelando seus conhecimentos sobre a cultura rock and roll e mostrando suas coleções de belezas negras, Quaaludes e maconha. Se você partilhasse dessas ofertas, você se tornaria um deles, um cara confiável. Se você ficasse com medo de dividir, você se tornava um perdedor de segunda classe. Em outras palavras, se você remasse a favor da maré, tranquilamente, sem questionar, você era aceito e recompensado em status social. Se você questionasse as regras ou se fosse contra de alguma forma, você ia de ladeira abaixo na escala social.
Eu sucumbi à pressão. Incapaz de competir, ainda que sem vontade de desistir, fiquei amigo de uma classe particular de pessoas chamadas de “nerds”, “idiotas”, “bebezões” e “viadinhos”. Nós saíamos juntos e fazíamos coisas criativas depois da escola, mas o maior alívio para meu sofrimento veio da música. Nós tínhamos um piano velho que eu dedilhava e cantava músicas antigas que aprendia de ouvido. Eu desejava ganhar uma identidade musical assim como meus colegas na escola, mas não estava inspirado com as bandas que eram a matéria-prima dessa cultura extinta: Led Zeppelin, Rush, Kiss, Journey, Foreigner, Styx, Ted Nugent, Bad Company, Lynard Skynard, entre muitos outros.
Felizmente, quando tinha uns 14 anos, eu descobri um programa de rádio nas noites de sábado e domingo que mostrava bandas de LA. Descobri a rádio, porque era a única em LA que tocava Todd Rundgren de vez em quando. Meu amigo de Wisconsin e eu crescemos ouvindo Todd e Utopia porque eles eram um rock melódico, mas de alguma forma menor do que o mainstream da música popular. Essas características ainda me atraem hoje em dia e frequentemente me levam a preferir certas bandas.
Não posso exagerar a importância daquele programa de rádio no desenvolvimento de minha personalidade musical. Era chamado de Rodney on the Roq (na estação KROQ) e provou que existia toda uma comunidade aqui, na mesma cidade, que usava música para compartilhar suas alienações e confusões a respeito da cultura que a cercava. Também provava que você não precisava ser virtuoso ou contratado por uma grande gravadora para tocar por aí. As gravadoras atuais não faziam produções com grandes orçamentos. Frequentemente, Rodney simplesmente tocava fitas demo ou edições de acetato. Era incrivelmente simples e inspirador por sua simplicidade.
Eu quis fazer parte dessa comunidade de músicos. A música era genuína e desesperada. Falava do sofrimento que vinha da pressão de se conformar e do peso que é colocado sobre nós pelos que estão no poder e da celebração de pertencer a uma comunidade de desajustados destemidos. Isso ainda era oferecido por uma variedade de bandas, de diferentes backgrounds. Eu virei punk com 15 anos. Cortei meu cabelo bem curto, pintei de preto e fazia minhas próprias camisas. Eu era bastante criativo e com o passar dos anos, compus músicas no piano junto com meus amigos, tocando panelas e frigideiras, usando gravadores baratos. Nós estávamos determinados a enviar uma fita para o Rodney no Roq. Mas antes de qualquer coisa se tornar real, fui apresentado por um amigo nerd a uns caras que se tornariam o Bad Religion.
Mas no fim do mesmo ano, 1980, eu tinha feito meu primeiro disco e Rodney o tocou. Normalmente, isso faria de qualquer pessoa um herói na escola, um artista autêntico como colega de classe! Mas meus colegas eram violentamente contrários a essa subcultura que estava surgindo. Não era o tipo de música que falava de sexo, drogas e rock-and-roll. Não era melódica e não inspirava as pessoas a ficarem doidonas. Eu era visto como um inimigo daquele modo de vida. Havia três de nós na escola que eram punks. E nós três apanhávamos de vez em quando por causa da nossa preferência musical.
Isso me assustava e ao mesmo tempo me fazia sentir poderoso. Percebi como a maioria dos conformistas são frágeis, como eles eram facilmente provocados até perderem o controle. Senti grande conforto na comunidade de outros punks, todos com histórias parecidas de opressão e abuso. Minha casa se tornou um local de encontro e nossa garagem era o lugar de ensaio (minha mãe era tranquila, mas também estava sempre trabalhando, então não havia intervenção de adultos). Eu comecei a sentir que havia uma forma de lidar com a desilusão do meu ambiente cultural. Mas foi a partir de questionamentos e desafios e não de conformação e aceitação.
Esse ponto de vista provavelmente me fez mais perspicaz a respeito das relações sociais humanas e um melhor crítico; mas também me fez mais cínico e mais intolerante com os que não eram punks e portanto diminuiu minha capacidade de ter intimidade. Nós punks, estávamos unidos no que achávamos que era uma causa maior, nosso desejo de superar a pressão social. Era uma arrogância tácita que tínhamos, porque éramos todos tratados de forma parecida pela sociedade. A ênfase foi sempre no tumulto coletivo do nosso grupo e não nas questões individuais de cada um (havia muito mais músicas sobre ‘nós’, ‘nosso’ e depois sobre ‘eu’, ‘meu’). Talvez seja por isso que muitos dos meus amigos começaram a se drogar e alguns se mataram. Meus amigos punks não tentavam entender; nós somente tolerávamos.
Essa falha naturalmente se estendeu para os sexos. Eu presumi que as garotas eram iguais em todos os níveis. Elas se vestiam de forma parecida, tinham os cabelos parecidos e até mesmo faziam a slam dance com os garotos. O sofrimento delas era nosso, ao menos me parecia. Eu nunca pensei que elas viam o movimento punk de uma perspectiva única. As questões femininas não estavam na nossa agenda de discussão. Ambos os sexos estavam muito ocupados sendo corajosos e firmes. Era maravilhosamente igual e eu era orgulhoso de minha visão igualitária dos sexos. Infelizmente, era somente uma desculpa para não falar das diferenças entre os sexos. Até hoje, sou bastante tolerante com a expressão feminina, mas tenho dificuldade em entender suas necessidades. E na época, eu e meus amigos falávamos de assuntos mundanos ou problemas mundiais e não em desejos pessoais ou sentimentos. Isso interferiu muito em várias relações de amizade e minou minha habilidade de ser um bom marido.
Eu decidi fazer faculdade. Imaginei que seria um lugar onde vozes dissidentes seriam reconhecidas e louvadas. Essa visão romântica me atraiu. Eu adorava tocar com minha banda e contribuir para o desbravamento do mainstream de música popular, mas eu também queria mais. Eu senti uma urgência também em questões sociais, do que somente a cena musical e o estilo das pessoas. Eu imaginei que poderia tocar numa banda nos fins de semana e nas férias e poderia escrever sobre assuntos relevantes discutidos na universidade.
Mas percebo hoje, em retrospecto, que a universidade estava tão repleta de pressões ao conformismo quanto minha escola. Os estudantes eram recompensados por pensarem como o professor. Raramente os professores tentavam induzir idéias originais aos estudantes. Com mais freqüência nós éramos recompensados por regurgitarmos a mesma retórica nas provas, que eram mais os assuntos nacionais, em qualquer disciplina.
Embora eu tivesse sorte o suficiente para encontrar três maravilhosos e inspiradores orientadores, que elogiaram minha originalidade e me fizeram sentir mais inteligente do que provavelmente sou, fiquei triste por haver tão poucos deles. Eu me tornei criticamente consciente de que a experiência universitária para a maioria dos estudantes era de doutrinamento do pensamento prescrito de uma sociedade privilegiada. Era uma receita do que era aceitável na sociedade. E em algum lugar em que essa socialização se processa, eles providenciavam um guia para reparar problemas de como lidar com formas alternativas de raciocínio.
Consequentemente, minha graduação foi só um pouco melhor do que a maioria. Mas graças às recomendações e insistência de meus orientadores para que eu tivesse idéias de pesquisa originais, eu continuei e concluí o curso superior em Geologia. Fiz também um Ph.D. Ambos programas me ensinaram que a forma de ter sucesso na nossa sociedade é andar nessa linha frágil entre entender o dogma inerente à ideologia que prevalece e mostrar às pessoas que você tem suas próprias idéias, mas não está disposto a passar por cima de sua tolerância & originalidade, quando se tem um limite baixo de tolerância.
No ano passado, fui privilegiado o suficiente para viajar mais do que a maioria das pessoas fazem numa vida inteira. Enquanto conhecia mais o mundo, percebi que em cada nível de sociedade e culturas existem professores que ditam como as pessoas devem se comportar e de uma forma ou de outra, controlam a liberdade de expressão das pessoas e de viverem uma vida feliz. Eu acho que é um presente do ser humano poder desafiar e confrontar esses princípios e partilhar novas maneiras de evocar a originalidade nos outros. Sou feliz por não ser um animal.
Hoje em dia, tenho uma visão mais sofisticada dos meus arredores sociais. Eu tenho filhos, tenho uma casa, tenho seguro de saúde e tomo decisões financeiras. Meu insight no mundo vem de fontes diferentes: geologia, biologia molecular, música, viagens e paternidade. Essa pluralidade assegura minha individualidade. E aprender a ser um indivíduo foi o melhor presente que tive ao crescer como um punk. Tenho consciência dos estereótipos e tento não me encaixar neles. Nenhum geólogo que eu tenha conhecido tem conhecimento sobre a cena musical e da mesma forma, nenhum músico que eu conheço entende da história da Terra como eu. Tenho orgulho dessa singularidade imprevisível.
Estranhamente, o punk está rapidamente se tornando mainstream. No ano passado, mais pessoas compraram discos punks, vídeos, camisas e ingressos para shows do que nunca antes. Como em qualquer situação capitalista, o mercado punk está vivenciando uma mudança para longe da idéia original da arte (ou produto), em direção à criação de uma crença ou doutrina acerca do mercado do produto. Por que as gravadoras iriam rotular-se como gravadoras punks? Por que elas estão vendendo estilo e construindo uma subcultura, ao invés de promover honestidade e criatividade de seus artistas. Esse é um triste padrão na indústria da música que ocorre tanto nos selos independentes quanto nas grandes gravadoras.
Portanto, não é de se estranhar que exista muita polícia punk por aí, monitorando se bandas como a nossa se encaixam no estereótipo e em suas visões dogmáticas de aceitabilidade. Elas exibem o mesmo comportamento dos clones acadêmicos que se graduam aos montes a cada ano, prontos para discriminar aqueles que desafiam suas ideologias ensinadas. A carta que eu recebi há duas semanas de um fã descontente, foi tristemente remanescente da perseguição que senti na escola dos doidões. É também um exemplo claro de como é fácil seguir a corrente e advogar sentimentos comuns e sem embasamento, os quais acabam me motivando a provocar ainda mais. “
Texto de 1996 - e totalmente atual.
Fonte: http://www.moshpit.com.br/
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Dia Mundia Sem Carro
Conheça a programação para amanhã em sua cidade e participe.
domingo, 21 de setembro de 2008
Permanecer no erro
Desenho que apareceu em jornal americano em 1875, contrastando de forma bastante simples, o ''jeito de ficar pobre'' com o ''jeito de ficar rico''. Sendo o primeiro representado por bolhas econômicas (especulação financeira, apostas, loterias públicas), e o segundo com trabalho esforçado, concreto e produtivo, em suma, digno.
Lembrei-me dessa imagem ao ler sobre os planos econômicos para salvar os E.U.A de atual crise financeira. Um desses planos, talvez o maior deles, consiste em o governo comprar 700 bilhões de dólares em ''papéis-podres'' (ações financeiras que, em condições normais, ninguém compraria por que muito provavelmente causarão prejuízos). Isso significa que a União americana (leia-se impostos suados) pagará pelos ''erros'' dos investidores, assumindo o seu prejuízo certo como forma de não afugentá-los.
Se uma crise é resolvida com manobras desse tipo, e não com trabalho e suor, significa que tem algo errado na forma de como o mundo anda funcionando, e que esta certamente contradiz com a sabedoria irrefutável da figura acima, que há mais de um século advertiu, mas que mesmo assim todos permaneceram no erro.
Leia também:
sábado, 20 de setembro de 2008
Candidatos a prefeitura que respondem processo
Todos os dados disponibilizados foram rigorosamente checados para evitar que informações incorretas venham a prejudicar qualquer candidato. A intenção da AMB é apenas facilitar o acesso da população e da imprensa a informações públicas, que podem balizar e fundamentar a escolha dos eleitores e, assim, contribuir para que as eleições de 2008 transcorram da maneira mais transparente possível.
Informamos que este banco de dados será periodicamente alimentado, tão logo os juízes eleitorais de todo o Brasil encaminhem as informações referentes às suas zonas/municípios.''Rup: Em resumo, chequem se há algum candidato a prefeitura de sua cidade com a ficha suja! E divulguem essa desgraça!
http://www.amb.com.br/?secao=listacandidatos
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sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Espanha aprova plano que incentiva imigrantes a partir
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A iniciativa pretende convencer pelo menos 165 mil estrangeiros a voltar a seus países. O plano oferece benefícios sociais em dinheiro em troca da garantia de que os imigrantes não regressarão à Espanha durante, no mínimo, três anos.
A proposta do Ministério do Trabalho e Imigração será voluntária para os trabalhadores estrangeiros em situação legal, inclui convênios com 19 países (a maioria da América Latina) e o Brasil está na lista.
O objetivo da medida é tentar reduzir os custos sociais do desemprego. A Espanha alcançou em agosto o pior índice da União Européia com 11% da população ativa desempregada, quando a média do bloco chegou aos 6,8%.
Só entre a população imigrante, o aumento foi de 69% (cerca de 190 mil trabalhadores) em relação ao mesmo período de 2007, principalmente porque o setor da construção civil teve alta de 399% de desemprego até agosto.
Seguro desemprego
O novo plano oferece ao trabalhador o valor integral do seguro desemprego que ele teria direito se permanecesse na Espanha.
A primeira parte (40%) será paga antes da viagem de retorno, e os 60% restantes no país de origem do imigrante um mês depois.
Ao aceitar o incentivo, o imigrante fica proibido de voltar à Espanha durante um prazo mínimo de três anos, mas - mesmo se tentar voltar após esse período - não há garantias legais de recuperar os direitos sociais, como licenças de trabalho e moradia.
Quem aceitar esperar ao menos cinco anos, ganha preferência na fila de espera de legalizações, mas terá de pedir as licenças no país de origem por meio dos consulados espanhóis com autorização de seus governos - uma confirmação do Itamaraty, no caso brasileiro.
O convênio entre a Espanha e os 19 países consiste em tratados sobre a seguridade social e o controle do fluxo migratório.
Críticas
O novo decreto-lei foi criticado por ONGs e associações de imigrantes, que acusam o ministro do Trabalho e Imigração, Celestino Corbacho, de xenofobia e de culpar os imigrantes pela crise econômica na Espanha.
"Não é possível que cada vez que se fale de crise, o primeiro alvo seja o trabalhador imigrante", disse à BBC Brasil o secretário de Migrações do sindicato Comissões Operárias, Julio Ruiz. "Isso só serve para provocar sentimentos de xenofobia e disparar o emprego sem carteira assinada."
Corbacho diz esperar que o novo plano, que terá caráter permanente, possa convencer mais de 1 milhão de imigrantes (20% dos trabalhadores legais) a voltar para casa nos próximos quatro ou cinco anos.
Caso contrário, disse o ministro, os benefícios sociais para os estrangeiros "colocarão em risco o estado de bem-estar da Espanha".
"Os fluxos migratórios se fixam em função da demanda do mercado de trabalho", afirmou Corbacho. "Na Espanha, acabou a demanda, e a contratação de imigrantes em seus países de origem deverá ser zero."
O empresário Francisco Aranda, presidente da Associação de Grandes Empresas de Trabalho Temporário (responsável pela maioria das contratações de imigrantes em seus países de origem), diz que o discurso do ministro é "injusto, anti-social e não propõe nada de construtivo".
O sindicalista Mohamed Haidour, membro da Comissões Operárias e porta-voz da maior associação de imigrantes da Espanha (o Alto Conselho da Comunidade Marroquina), descreveu o Plano de Retorno Voluntário como "demagogo e irreal".
"(O plano) não convencerá os imigrantes a voltar para a pobreza em troca de renunciar aos direitos que tanto custaram a conquistar", afirmou Haidour.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080919_espanhaimigrantesai.shtml
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Manual de Sabotagem da CIA.
Manual de Sabotagem da CIA.
(texto original na página http://geocities.com/eco-action/crapaganda/xcia.htm)
No início dos da década de 80,a ala direitista do governo Reagan estava determinada a minar e derrubar o governo esquerdista da Nicarágua. Como parte dessa campanha, a Central Intelligence Agency (CIA) produziu um pequeno livrete ilustrado, em espanhol e inglês, destinado a desestabilizar o governo nicaraguense e seu sistema econômico. Esse livro intruía explicitamente os indivíduos a atos de sabotagem e ensinava-lhes como obter os resultados almejados.
Quase todas essas táticas foram utilizadas para derrubar o governo sandinista da Nicarágua. Quantas dessas foram usadas no Brasil? E hoje, na Bolívia, quantas estão sendo usadas agora?
Até mais.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Livro: Cultura Livre.
Saudações.
Recentemente comentei sobre esse livro e achei que alguns de nós poderíamos muito bem tê-lo escrito já que ele trata da diferença entre proteger a criatividade e proteger a indústria que quer controlá-la. Ainda não terminei de lê-lo pois tenho muita dificuldade para ler no monitor - prefiro impresso, mas no momento ando sem papel suficiente (nossa, que situação!) mas, não agüentei esperar e preciso, desesperadamente que alguém leia-o também para que possamos trocar idéias (antes que minha cabeça exploda). Enfim, é um livro interessantíssimo e coerente - apesar do início em que o autor cita os irmãos Wright como os inventores do avião.. vai abrir os olhos de quem ainda não está "antenado" com a revolução e contra-revolução gerada pela Internet e, pros mais elucidados, servirá como consolidação das idéias, planificação dos argumentos - ou mero passatempo, como preferirem.
Desfrutem-no sem moderação.
Até mais.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Pablo Neruda - Canto Geral
Todos os dias são importantes.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro
Nas suas almas abertas
traziam o sol da esperança
e nas duas mãos desertas
uma pátria ainda criança
Gritavam Neruda Allende
davam vivas ao Partido
que é a chama que se acende
no Povo jamais vencido
– o Povo nunca se rende
mesmo quando morre unido
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Alguns traziam no rosto
um ricto de fogo e dor
fogo vivo fogo posto
pelas mãos do opressor.
Outros traziam os olhos
rasos de silêncio e água
maré-viva de quem passa
Uma vida à beira-mágoa.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que tombaram pelo Chile
morrendo de corpo inteiro.
Mas não termina em si próprio
quem morre de pé. Vencido
é aquele que tentar
separar o povo unido.
Por isso os que ontem caíram
levantam de novo a voz.
Mortos são os que traíram
e vivos ficamos nós.
Foram não sei quantos mil
operários trabalhadores
mulheres ardinas pedreiros
jovens poetas cantores
camponeses e mineiros
foram não sei quantos mil
que nasceram para o Chile
morrendo de corpo inteiro.
José Carlos Ary dos Santos
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Uma dose de Intolerância
- Crença de que nenhuma lei é superior a divina e cristã, nem mesmo a constituição americana. (Rup: Ame o próximo como ama a si mesmo, mas tenha uma arma em casa por precaução)
- Hiper patriotismo. Sempre lutar em defesa da nossa terra nativa e lar, mesmo quando ela não está ameaçada, por exemplo. Iraque, Pananá, Grenada, Somália, Cuba, Nicarágua, Vietnam, Haiti e dezenas mais de outras operações legítimas. (Rup: Legítimas em que lei, a divina?)
- Amor pelas armas, e tremendo respeito pelo ideal guerreiro (Rup: Insegurança quanto a sexualidade?)
- Humildade. Geralmente somos os alvos de nossas próprias piadas. (Rup: Isso é fácil de entender)
- Crença de que a maioria das coisas fora de nossa comunidade são inferiores e ameaçadores (Rup: Humildade Mode OFF!) e que o mundo inveja o American Way of Life (Rup: Quem aí quer entalar no sofá e morrer de desgosto por não conseguir se levantar pra tomar sua coca-cola sem ajuda?)
- Orgulho pessoal em igualdade. Nenhum homem, mesmo que rico ou poderoso é melhor que eu. (Rup: Mas o cara ser pior não faz mal já que o Humildade Mode ainda está desligado).
- Perseverança e crença no trabalho duro. Se um homem ou uma família é pobre, é por que ele não trabalhou o suficiente. Deus recompensa aqueles que trabalham duro. E assim é o sistema Americano. (Rup: Ow yeah cowboy! Deus abençoe os bons traficantes, e os dignos banqueiros e políticos que trabalham duro para dar o bom e o melhor para suas famílias!)
- O único país livre do mundo é os Estados Unidos, e a única razão para irmos a guerra é para defender sua liberdade. (Rup: Embora pegar um pouquinho de petróleo e levar pra casa de lembrança nunca fez mal a ninguém).
É isso meus caros, é bom que leiam o artigo por completo, e sintam como ser um completo imbecil é motivo de orgulho. Gostaria de dar meus parabéns à classe burguesa americana, pelo brilhante golpe de gênio, de transformar os seus escravos em entusiastas de suas próprias regras, por séculos não se verá nada parecido.
E me desculpem por isso amigos...mas só o quero dizer é:
domingo, 7 de setembro de 2008
Independência ou Morte!
Saudações, mortais.
Alguém aí viu essas cenas nos jornais mais assistidos da TV?
Até mais.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Traição Ideológica
Mas o que vemos aqui corresponde possivelmente a um terceiro caso, em que o suicida não cometeu seu ato em favor de seus líderes, mas que, imediatamente antes da tomada de Berlim pelos sovietes, sentiram que tudo aquilo que não apenas fazia parte de sua alma, mas sim ERA a sua alma não passava de uma mentira.
Raparem no rosto de Hitler rasgado no retrato pouco antes de sua morte, e tente colocar-se no lugar do cadáver em seus últimos momentos de vida, tentem inclusive se por como nazistas, por que não? Podem sentir a angústia? huhuhu (Cliquem na foto para ampliar)
Crass - Demoncrats
Extraordinária interpretação visual da faixa-poema Demoncrats do Crass. O vídeo foi criado por AnarchoAlan. Segue a letra:
No crown to wear, no cross to bear in stations.
I am not he, nor shall be, warlord of nations.
These heroes have run before me,
Now dead upon the flesh piles, see?
Waiting for their promised resurrection, there is none.
Nothing but the marker, crown or cross, in stone upon these graves
Promise of the ribbon was all it took,
Where only the strap would leave it's mark upon these slaves.
What flag to thrust into this flesh
Rag, bandage, mop in their flowing death.
Taken aside, they were pointed a way, for god, queen and country,
Now in silence they lie.
They ran beside these masters, children of sorrow,
As slaves to that trilogy they had no future.
They believed in democracy, freedom of speech,
Yet dead on the flesh piles
I hear no breath, I hear no hope, no whisper of faith
From those who have died for some others' privilege.
Out from your palaces, princes and queens,
Out from your churches, you clergy, you christs,
I'll neither live nor die for your dreams.
I'll make no subscription to your paradise.
I'll make no subscription to your paradise.
I'll make no subscription to your paradise.
I'LL MAKE NO SUBSCRIPTION TO YOUR PARADISE..
Posteriormente eu gostaria de traduzir, embora acho que não serei capaz de expressar esses grandes versos com fededignidade. Força e paz a todos.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Três ou quatro riffs - Documentário
Aproveitando esse que é o espaço brabera voltado às outras linguagens do livre pensar e fazer, tomo a liberdade de sugerir um documentário recém-descoberto por mim na Internet mas que, de cara, me chamou a atenção. Primeiro pelo título - "três ou quatro riffs" - é realmente tudo o que importa no rock. Segundo por abordar o tema rock, mais especificamente a cena independente do rock brasileiro. Muitos vão reclamar dizendo "pô, mas não tem as bandas do "submundo brabera"..". Tá certo, mas isso você completa com o que encontra no Brabera no Talo e ficamos conversados. Terceiro por ter a participação - como entrevistado - de um grande amigo meu dos tempos de Universidade (aê, Marcelããããão (vulgo "Boca"), truco você, marreeeeeco!) e que eu não via desde os tempos do fanzine xerocado "Scream & Yell". Reencontros à parte, o documentário é o projeto de conclusão de curso de uns alunos de jornalismo de Araraquara (interior de São Paulo), tem excelente qualidade, tanto de apresentação quanto de conteúdo, e está disponível para download gratuito (ou para ser simplesmente assistido via youtube) no próprio site de divulgação (clicando no título da postagem ou aqui você chega lá). Recomendado para quem vive o underground e para quem sabe que o underground e a Internet são uma trincheira só.