sábado, 3 de maio de 2008

Morre Albert Hofmann, Pai do LSD

Albert Hofmann, o químico suíço ‘pai’ do LSD, uma das mais poderosas substâncias psicotrópicas conhecidas, morreu nesta terça-feira (29), em sua casa na Suíça. Ele tinha 102 anos.

A causa da morte foi um ataque cardíaco, segundo o fundador e presidente da Associação Multidisciplinar para Estudos Psicodélicos, Rick Doblin.

Hofmman foi o primeiro a sintetizar o composto do ácido lisérgico dietilamida em 1938, mas não descobriu seus efeitos imediatamente. Cinco anos mais tarde, ele voltou a trabalhar no composto quando acidentalmente sua pele absorveu um pouco da substância. Foi a primeira vez que experimentou os efeitos da droga. "Tudo o que vi estava distorcido como em um espelho curvado", disse ele, após a experiência.

Intrigado, o cientista decidiu experimentar uma dose maior três dias depois, acompanhado por um médico, e descreveu os efeitos do LSD. Ele esperava que o LSD fosse usado para tratamento de doenças mentais. A droga acabou se tornando popular no movimento de contracultura dos anos 1960.



Em entrevista que acaba de ser publicada pelo The New York Times, o lúcido Hofmann frisou que o LSD foi usado por dez anos na psicanálise e chegou a ser chamado pelo presidente da Confederação Helvética, na Suíça, de "o notável explorador da consciência humana". Como lembrou na entrevista ao New York Times, a pesquisa do LSD foi logo abandonada, porque nos testes com animais não causava reações de interesse.Passados cinco anos, e sem querer, uma gota de LSD caiu na mão de Hofmann. Foi quando ele experimentou perturbações e descobriu que a droga era especial, pois age "na consciência do ser humano e o distingue dos demais animais". Recordou Hofmann que, no início, pensou ter chegado quimicamente ao princípio ativo da mescalina, substância natural usada pelos indígenas mexicanos como inibidora de dor. Após algumas experimentações pessoais, com acompanhamento médico, Hofmann constatou haver chegado a uma nova droga química, causadora de efeitos perturbadores no cérebro.Hofmann ressaltou estar decepcionado com a proibição do emprego LSD para fins médicos-terapêuticos. Advertiu nunca ter usado o LSD para fins recreativos, lúdicos. Ao falecer aos 102 anos de idade, Hofmann, saudado por todos, definia o LSD como "remédio para a alma, que ajuda nas terapias médicas".

Um comentário:

Ruptured disse...

Já havia lido sobre o Albert, mas para mim já havia morrido há muito tempo! 102 anos, será o LSD? rsrs...
Não sabia que o LSD já foi usado como terapia psicodélica, interessante é que se o Albert defende a tese de que o LSD é o remédio da alma, no entanto essa terapia é terminantemente proibida na maioria dos países.

Saibam mais aqui:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicoterapia_psicod%C3%A9lica