A Unesco, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para a cultura e a Ciência, admitiu nesta segunda-feira (31) a Palestina como membro pleno da entidade, numa votação ocorrida na Assembleia Geral da Unesco realizada em Paris (a condição anterior dos palestinos era de membro observador).
A mudança de status é parte da batalha diplomática empreendida pelo povo árabe para que sejam reconhecidos como Estado, o que culminaria em sua tentativa de ingressar na ONU.
Estados Unidos, Alemanha e Canadá votaram contra, enquanto a Itália e o Reino Unido se abstiveram. Quase todos os países árabes, africanos e da América Latina votaram pela adesão. Brasil, China, Rússia, Índia e até França, que tinha sérias reservas, finalmente votaram pela adesão.
Os norte-americana, que já tinham avisado, em tom de ameaça, que, de acordo com uma lei do país (do início dos anos 1990 que proíbe que o governo desembolse recursos em organizações da ONU que reconheçam entidades não reconhecidas internacionalmente e que tenham em seus quadros de funcionários membros da OLP - Organização para a Liberação da Palestina), a admissão dos palestinos como membro pleno da Unesco levaria a um corte no financiamento proveniente dos EUA (cuja contribuição - algo entre US$ 60 milhões e US$ 80 milhões - representa 22% da verba total da agência), suspenderam o apoio financeiro à entidade (informações do próprio Departamento de Estado Norte Americano).
Outro país que reagiu de forma irritada com a decisão foi a Alemanha. A alegação dos alemães para votar contra a incorporação da Palestina pela Unesco é que ela "prejudicaria" as inexistentes negociações entre as duas partes. Segundo um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, a adesão palestina "prejudicaria o já difícil diálogo indireto".
Israel, o maior aliado americano no Oriente Médio, também reagiu no mesmo tom dos Estados Unidos.
"Isto é uma tragédia para a Unesco... A Unesco lida com ciência, e não com ficção científica, porém a organização adotou a ficção científica como realidade", insistiu o representante israelense Nimrod Barkan, embaixador israelense junto à Unesco, imediatamente depois da votação.
"Isto é uma tragédia para a Unesco... A Unesco lida com ciência, e não com ficção científica, porém a organização adotou a ficção científica como realidade", insistiu o representante israelense Nimrod Barkan, embaixador israelense junto à Unesco, imediatamente depois da votação.
Depois de conseguir a admissão como um Estado pleno da Unesco, a Palestina tentará agora se tornar um membro pleno de outras 16 agências das Nações Unidas, segundo fonte citada pelo jornal israelense "Haaretz" nesta terça-feira (1º).
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