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"Ama-me", de Alfredo Pirucha. |
Saudações.
Essa semana uma mensagem me surpreendeu positivamente.
No chatzinho do
EMM, despretenciosamente, alguém identificado por "pirucha" convidava - em português - aos que por ali passavam para acessar sua página e conhecer seu trabalho.
Como sempre faço, cliquei e fui direcionado ao
http://www.pirucha.eu, site pessoal e de divulgação das obras de Alfredo Pirucha. Ainda sem muitas informações sobre o autor, acessei o link
"exposições" e percebi que todos os locais remetiam à Europa, mais precisamente Portugal e Espanha. Acessei seus trabalhos - divididos em
Cartolinas, Telas e
Colagens - e a curiosidade se transformou num gratificante encontro com a expressividade direta e sincera de um artista que, avesso às intelectualidades e erudições que distanciam as pessoas comuns da arte, estabelece uma identificação imediata com aqueles que buscam nelas a projeção de sentimentos e experiências universais, comuns a maioria dos homens.
Suas obras são vivas demonstrações de que os traços e as idéias podem e devem cooperar em busca de um único efeito: relembra-nos de nossa humana existência. Medo, raiva, alegria, amor, tristeza, confusão mental, cotidiano e absurdo equilibram-se com boas doses de consciência e humor.
No mesmo instante entrei em contato com Alfredo Pirucha e sugeri que escrevesse um texto no qual se apresentasse e às suas obras.
Eis o que ele escreveu:
"Sou um artista plástico da Galiza, um dos países que fazem parte da lusofonia e no qual tem a sua origem a língua portuguesa.
Não tenho formação artística. Até chegar o ano 2003 não tivera interesse pelas artes. Foi de casualidade que comecei a pintar. Na pintura atopei o jeito perfeito de expressar o que sentia numa época difícil para mim, e assim segui até hoje. As primeiras obras foram pintadas com os dedos usando tinta de tipografia e algum outro objecto fora da arte tradicional. Depois com o tempo fui utilizando outras técnicas e materiais.
Utilizo a pintura como um jeito de expressar-me e de compartilhar as minhas experiências, e a minha visão do mundo. O ponto mais importante da minha filosofia é a não comercialização das pinturas, dentro da ideia de que a cultura não deve ser um negocio e sim um bem comum. Todas as exposições que fiz foram em lugares à margem do mercado da arte e com um público que não costuma ir às exposições e que como eu, não têm relação com esse mundo. As exposições levaram-me a viajar e a conhecer lugares novos e gente peculiar. Do que mais contente estou é de ver como muita gente ria ao ver as obras e ler os títulos. A intelectualidade aborrece."
Poucas vezes uma identificação é tão profunda e imediata, concordam?