terça-feira, 24 de março de 2009

Hora do Planeta - 28/03/2009 - 20h30.


Hora do Planeta
Sábado, 28 de março, às 20h30

O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta,
um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20h30,
no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados
a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global.
O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos,
possível em todos os lugares do planeta,
tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas.
Participe!
É simples. Apague as luzes da sua sala.

Mais informações aqui.

domingo, 22 de março de 2009

Reflexões sobre o Fórum Mundial da Água 2009


Saudações.
O "5º Fórum Mundial da Água", de Istambul, Turquia, encerra-se hoje,
22 de março
- dia Mundial da Água -
e, ao contrário do que eu imaginava,
mostrou-se uma lamentável disputa política e econômica
digna de fazer corar os engravatados do Fórum Econômico Mundial, de Davòs, Suíça.

Talvez fosse culpa da minha inexperiência - já que é a primeira vez que acompanhei o evento - mas não sabia o quanto o Conselho Mundial da Água (CMA),
responsável pela organização do evento,
está envolvido com corporações multinacionais e com grupos de interesse privado
com o objetivo de mercantilizar e comercializar os recursos hídricos
e maximizar os potenciais lucros.

Por isso senti-me obrigado a voltar aqui e compartilhar minhas impressões sobre o "FMA 2009".
Entre os diversos documentos propostos saltaram-me aos olhos um
que incluia a transferência de águas entre bacias hidrográficas como medida possível para solucionar situações de deficiência hídrica.
Não precisa ser muito esperto para saber o que isso implicaria e possibilitaria caso fosse aceito.
Não foi.

As últimas - e mais importantes discussões - em que diversos países se envolveram evidenciaram a sinistra queda-de-braço recheada de armadilhas jurídicas dos tempos modernos:

água como um "direito humano"
versus
água como "uma necessidade básica".

Segundo juristas, o problema é que o conceito de "direito básico" não tem implicações jurídicas, ao contrário da noção de "direito humano", que é garantida pela maioria das constituições nacionais.
Bem no meio da discussão estava a França,
país onde estão radicadas as maiores companhias privadas do setor hídrico e que pendeu
- vergonhosamente -
em defesa destas.

Pra piorar, no dia 15, uma manifestação contrária ao Fórum foi reprimida com violência com direito a gás lacrimogêneo, cassetadas e prisões. Ao longo da semana, as entidades contrárias ao Fórum emitiram discursos, realizaram oficinas e painéis com o objetivo de chamar a atenção para a parcialidade dos componentes do fórum.
A mídia não citou sequer uma.

É uma pena - mas foi lamentável.

Como uma tentativa de me retratar, deixo aqui uma entrevista com o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto da Bahia (Sindae), Pedro Romildo Pereira dos Santos, em que ele fala sobre as conseqüências do desperdício da água.

Romildo tem 43, é formado em História, pós-graduado em Gestão Pública, professor da rede pública municipal em Salvador, secretário de Meio Ambiente da FNU/CUT e membro do Conselho das Cidades.
Leiam pois vale a pena.

Até breve.

sexta-feira, 20 de março de 2009

MOMENTO UNIVERSAL


O melhor, sem dúvida é a foto do Steve Harris na página 11 e o cabeçalho jargão universal. Se estes caras conhecerem o Venom ou o King Diamond eles entram em guerra santa! E podem acreditar que o Diabo tem bom gosto musical.

segunda-feira, 16 de março de 2009

5º Fórum Mundial da Água - Istambul - Turquia - 2009

Saudações.

Começa hoje, dia 16 de março, o
5º Fórum Mundial da Águal, em Istambul, Turquia.

O encontro, que vem sendo realizado a cada três anos,
conta, dessa vez, com número recorde de participantes:
são 28.000 pessoas de mais de 180 países voltadas para
os problemas da escassez de água,
o risco de conflito por enfrentamentos entre países por rios e lagos e
a melhor maneira de proporcionar água limpa a milhões de pessoas.

Loïc Fauchon, presidente do Conselho Mundial da Água, em seu discurso de abertura, alertou-nos sobre nosso evidente "comportamento irrefletido e inconseqüente".

Segundo a ONU, a previsão é de que a população mundial, atualmente superior a 6,5 bilhões de pessoas, possa chegar a nove bilhões até meados do século, o que aumentará consideravelmente a demanda de recursos hídricos, a 64 bilhões de metros cúbicos por ano.

Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), o número de pessoas com graves problemas para conseguir água chegará a 3,9 bilhões em 2030, ou seja, metade da população do mundo.

A maioria vive na China e sul da Ásia.

(obs.: as contas da OCDE não incluem o impacto da mudança climática, que pode já estar afetando as coordenadas da água, mudando o lugar e o momento das chuvas e nevascas, segundo especialistas)

O Fórum da Água, que terminará no próximo domingo, começa com uma reunião com um pequeno número de chefes de Estado e de Governo convidados pela Turquia.
Também acontece uma reunião ministerial para elaborar projetos de melhor gestão da água e para a resolução de conflitos motivados pelos recursos hídricos.

Além da dimensão política, a conferência também tem a participação de empresas que atuam na bilionária indústria da água.

"Temos que nos organizar para usar a água de modo sustentável. Precisamos de sistemas para administrar a água", afirmou Mark Smith, do grupo ecológico União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

Mais informações aqui.

domingo, 15 de março de 2009

"Legado de cinzas – a história da CIA" (Tim Weiner)


Saudações.
Em recente conversa com um amigo, debatendo política internacional, economia e futebol com a mesma profundidade - se é que isso é possível -, debruçamo-nos sobre o livro "Legado de cinzas – a história da CIA", do jornalista jornalista Tim Weiner. Ganhador do prêmio Pulitzer, Weiner nunca foi um esquerdista, o que dá mais peso às suas 741 páginas dedicadas ao fracasso dos Estados Unidos em tentar criar um serviço de inteligência de primeiro nível.

Inteligência é um termo que cobre vários tipos de atuação da CIA: levantamento de informações, com freqüência por métodos ilegais (espionagem, tortura), análise de dados, combate à espionagem estrangeira (contra-inteligência) e operações clandestinas em outros países. O livro de Weiner é uma história muito crítica da CIA com relação a todos esses pontos, mas que enfatiza o último aspecto.

Porém, o que despertou-me a curiosidade foram as seguintes afirmações:

"Durante a década de 1960, em nome do combate ao comunismo chinês, a CIA gastara dezenas de milhões de dólares lançando toneladas de armas de pára-quedas para centenas de guerrilheiros tibetanos que lutavam por seu líder espiritual, Sua Santidade Tenzen Gyasto, o 14º Dalai Lama... A agência criou um campo de treinamento para combatentes tibetanos nas Montanhas Rochosas do Colorado. Pagou um subsídio anual de cerca de US$ 180 mil diretamente ao Dalai Lama, e criou Casas do Tibete em Nova York e Genebra para servirem como embaixadas não-oficiais. O objetivo era manter vivo o sonho de um Tibete livre e, ao mesmo tempo, acossar o Exército Vermelho no oeste da China".

"Em agosto de 1969, a agência requisitou mais US$ 2,5 milhões em apoio aos insurgentes do Tibete, descrevendo o grupo paramilitar de 1.800 homens como ‘uma força que poderia ser empregada com intensidade em caso de hostilidades’ contra a China. ‘Isto representa algum benefício direto para nós?’, perguntou Kissinger. Ele respondeu à sua própria pergunta. Embora os subsídios da CIA ao Dalai Lama tenham continuado, a resistência tibetana foi abandonada".

Nunca fui dos que acreditam que o único interesse nos conflitos do Tibet é a liberdade religiosa. Também sabia que a manipulação da mídia tende, SEMPRE, à demonização do "gigante vermelho" e à beatificação dos que à ele se opõem. Mas nunca tinha lido/ouvido, com tanta convicção, alguém afirmar tais coisas.

Nesse exato momento estou buscando esse livro pelos "sebos virtuais" e, se tudo der certo, volto com novas "novas revelações".
(a repetição aqui é proposital)

Mais informações sobre o livro aqui.

À propósito: nenhuma religião é boa.
Nem ocidental, nem oriental, nem "do MAL".

Até breve.

domingo, 8 de março de 2009

O que é Ditabranda ?

Saudações.
Recentemente, ao visitar o blog "Atitude Underground Opinião", do amigo Paulão, deparei-me com um link, "DITABRANDA". Curioso, cliquei e fui direcinado para um vídeo do youtube com imagens sobre a ditadura militar brasileira e as barbáries por ela cometida.
Fiquei intrigado pois já tinha ouvido falar em "Ditabranda" mas não sabia onde.

Mais alguns cliques e eis o que descobri:

- no editorial do dia 17 de fevereiro de 2009 do jornal Folha de S.Paulo "cunhou-se" o termo "ditabranda" para se referir ao regime militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985. O termo fazia crer que o "nosso Golpe" foi comparativamente menos violento do que os outros regimes similares na América Latina.

só pra constar: os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade.

- no dia 20 de fevereiro, na sessão "Painel do leitor", espaço reservado para que o leitor opine sobre o conteúdo do jornal, foram publicadas, como era de se esperar, dezenas de manifestações contrárias ao "editorial da ditabranda", entre elas as opiniões de Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato, acadêmicos com destacado trabalho sobre direitos humanos no Brasil e no exterior.

A resposta da Folha veio como "Nota da Redação":
"A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua 'indignação' é obviamente cínica e mentirosa."

No dia seguinte mais uma enxurrada de emails e cartas criticando a postura arbitrária e unilateral do jornal. Dessa vez, a "voz da Redação", preferiu calar.

O ombdusman - profissional responsável por fazer auto-crítica do jornal, preferiu apenas dizer que "como religião, time de futebol, convicção ideológica: cada um tem a sua e nenhuma é melhor que outra" e que "resposta da Redação na sexta foge do padrão de cordialidade que julgo essencial o jornal manter com seus leitores".

Lamentável essa postura.
Não bastasse a infeliz comparação, repleta de subjetividade e parcialidade (já que a principal comparação se fazia com Cuba, de Fidel e Venezuela de Hugo Chávez, a resposta mal-criada e irresponsável - já que acusar alguém de "cínico e mentiroso" faz jus a um belo processo - e a covardia de utilizar-se de um dos poucos espaços "anônimos" do jornal para agredir seus próprios leitores apenas por discordarem de suas opiniões, o jornal perdeu uma excelente chance de colocar o tema da violência das ditaduras latinoamericanas em discussão - sempre em bom nível, é claro.

Mais:
a forma autoritária e abusiva da resposta acaba por macular - generalizada e involuntariamente - a honra dos jornalistas, categoria que foi uma das principais vítimas durante o período do golpe militar.

Pra saber um pouco mais sobre o passado nada glorioso do jornal "Folha de São Paulo" clique aqui.