quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A última tourada da Catalunha.

Depois que 180 mil assinaturas foram colhidas numa petição, encabeçada por grupos de defesa dos animais e nacionalistas da região que defendem as diferenças culturais da Catalunha com relação as demais regiões espanholas, o Parlamento catalão aprovou a lei que proíbe as touradas.
Ainda assim a última tourada de Barcelona ficou manchada não apenas pelos seis touros sacrificados no último sábado (24/09/11) mas também pelos confrontos entre simpatizantes e opositores da decisão.
A saber: em média 12 mil touros são mortos em toda a Espanha por ano.

domingo, 25 de setembro de 2011

Palestina: 200 anos em 2 minutos.


Estado da Palestina Já!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cinema americano exibe filme de Xuxa e a descreve como atriz pornô

A apresentadora Xuxa Meneghel virou atração bizarra do cinema "The CineFamily", em Los Angeles, nos Estados Unidos. O local vai exibir uma mostra de filmes da "rainha dos baixinhos" neste sábado (17).

No site do evento, a loira da Globo é chamada de "atriz de filme pornô-soft" e que se tornou uma apresentadora infantil que conquistou adultos por três décadas devido a sua alta tensão sexual.



FONTE : UOL

domingo, 11 de setembro de 2011

Haiti: finalmente há consenso para uma retirada gradual das tropas da ONU.


Saudações.
Depois de participar de uma reunião em Montevidéu (URU) com ministros da Defesa e das Relações Exteriores da América do Sul para debater a situação da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em inglês), o ministro da Defesa brasileiro, Celso Amorim, declarou que
"(..) há consenso para uma retirada gradual das tropas do Haiti".
A América do Sul é região que mais envia militares à missão de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti. O Brasil, por sua vez, é o país com maior contingente de militares no Haiti (2.166 militares) e tem o comando militar da missão. Além do Brasil, também enviaram militares ao Haiti Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, Filipinas, França, Guatemala, Japão, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Coreia do Sul, Sri Lanka e Uruguai.
Ainda não há um cronograma para a retirada gradual das tropas.
Motivos (e mais motivos) para apoiar a proposta não faltam
(leiam mais aqui e aqui).
Mais informações aqui.
(atualização aqui - 14/09/2011)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

7 de Setembro: patriotismo x patriotada.


Saudações.
Bate-papo interessante com o professor Sidney Ferreira Leite, coordenador e professor do Centro Universitário Belas Artes, analisando o patriotismo e a patriotada brasileira. O professor fala sobre as músicas que serviram ao regime militar e o descaso do poder público e da população com os símbolos pátrios, como o hino nacional e a bandeira brasileira.


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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Classe Média.


"(...) A Classe Média é loira. Faz dieta, apesar de magra, considera-se requintada, apesar de cuspir no prato em que comeu. Está sempre na moda e, quando encontra uma amiga, tem a impressão de estar olhando um espelho e isso lhe faz um bem danado. A Classe Média odeia quem é diferente.

A Classe Média, ainda que se considere amante do individualismo, compra o que a moda lhe manda, sorri para quem não quer, anda com quem não gosta e frequenta os lugares do momento – mesmo que no momento o local esteja lotado, a comida ruim e a cerveja quente.

A Classe Média, e que isso fique entre nós, é sexualmente fria. Talvez por causa da educação religiosa, talvez por ser refém das opiniões alheias, ela é incapaz de entender seus próprios sentimentos e desejos. Ela gosta daquilo que outros disseram para ela gostar.

A Classe Média é adestrada a compensar o vazio existencial nos shoppings, onde se sente bem e relaxada. Comprar roupas e sapatos é o ópio da Classe Média, por isso vive pendurada no cheque especial. Isso a angustia, mas não muito, porque ela acredita que, cedo ou tarde, por bem ou por mal, ela vai “chegar lá”, ela vai vencer.

A Classe Média julga as pessoas pela aparência e pelo bolso, e julga as coisas pela marca e pelo preço. Não só. Para ela, não basta ser rico, é preciso aparecer na coluna social. O verdadeiro vencedor é aquele que ostenta aquilo que tem.

A Classe Média não é preconceituosa, pelo menos em público, tanto que se questionada sobre a possibilidade de ter um filho gay, diz simplesmente: “cada um sabe de si”. Mas bem no íntimo, sozinha no quarto escuro, é provável que ela murmure, fazendo um rápido sinal da cruz: “Deus me livre”. Se você a conhece, sabe que isso é possível. Tudo é possível, como observou Machado de Assis.

A Classe Média se acha muito descolada e vivida, mas cai sempre nas mesmas cantadas e mentiras deslavadas. Ok, ok, estou sendo cruel. Serei um pouco mais complacente: a Classe Média, tão loira, não é racista, por isso é exclusivamente por “precaução” que, ao perceber um negro andando em sua direção na rua, aperta a bolsa, apressa o passo e muda de calçada.

A Classe Média se considera muito informada. Apesar de não gostar de ler, assina a revista Veja, e mesmo não sabendo ouvir, acompanha as análises econômicas na CBN. Aliás, e isso eu só notei com o passar dos anos, a Classe Média tem opinião formada sobre todo e qualquer assunto e se alguém tiver a má lembrança de contrariá-la, o ato pode ser entendido como agressão pessoal. Ela aceita tudo, menos agressão pessoal.

A Classe Média não gosta de perguntas. Ela só tem certezas. Ela não nutre qualquer tipo de dúvida sobre a humanidade porque, para ela, como também para a Veja e para alguns analistas econômicos, a humanidade não existe.

A Classe Média é aventureira. Da mesma maneira que os muçulmanos devem ir pelo menos uma vez na vida a Meca, a Classe Média pretende ir pelo menos uma vez a Miami. Depois da viagem inaugural, ela irá para a Europa com a CVC, uma espécie de Casas Bahia do turismo. Orgulhosa da disposição, conhecerá 60 cidades em 15 dias.

A Classe Média, principalmente quando volta dessas viagens, depois de bater mil fotografias de mil coisas que viu sem ver e de comprar ímã para as amigas distantes e bolsas falsificadas para as amigas íntimas, é invadida por uma fúria bíblica contra tudo o que é nacional. Como se estivesse num palanque, ela discursa sobre a nossa falta de cultura, de história e de talento, a não ser para o futebol e para a corrupção.

A Classe Média, dentro do seu carro zero quilômetro, comprado em 72 parcelas, vocifera contra a corrupção. Porém, bebe antes de dirigir, suborna policiais para evitar a multa, não respeita vaga para pessoas com deficiência e fura a fila na hora do rush. E, sim, mete o pau nos políticos de Brasília, mas continua votando no vereador que é seu conhecido, mesmo que o sujeito seja um reconhecido picareta.

A Classe Média é carente. Sociólogos, cineastas, dramaturgos e escritores têm fascinação pela pobreza e pela riqueza, mas não pelos remediados e a Classe Média se ressente pelo esquecimento. Por isso, para chamar a atenção, vez ou outra ela bate em algum artista. Dias desses, resolveu falar mal do Chico Buarque.

A Classe Média gosta do Chico e gosta sinceramente, mas não o perdoa por suas posições políticas, principalmente quando defende os movimentos sociais. Porque, para a Classe Média, movimento social é o que existe de mais perigoso, retrógado e violento no Brasil. Você está me ouvindo?

A Classe Média, apesar de tudo, considera-se legalista. Não admite a transgressão de algumas normas, mesmo que as normas sejam injustas. Socialmente, sua consciência é limpa e tranquila, ela faz sua parte – doa roupas velhas à empregada mal paga.

A Classe Média, se ouvir esta conversa, não vai entendê-la. O chapéu só serve se estiver na moda, e uma história desse tipo, é preciso reconhecer, não está. (...)

trecho extraído do texto do jornalista Fernando Evangelista, da coluna Revoltas Cotidianas.