quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Reflexões aos 100 anos

sábado, 7 de novembro de 2009

Carlos Marighella - 40 anos.

Saudações.

Filho de Augusto Marighella, um imigrante italiano da região de Emilia – terra de destacados líderes italianos – e de Maria Rita, negra e filha de escravos africanos trazidos do Sudão (negros haussás) - conhecidos pela combatividade nas sublevações contra a escravidão – Carlos Marighella nasceu em Salvador, Bahia, no dia 05 de dezembro de 1911.

Aos 18 anos iniciou curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia e tornou-se militante do Partido Comunista.

Em 1932, após escrever um poema contendo críticas ao interventor Juracy Magalhães, Marighella foi preso pela primeira vez. No mesmo ano, Marighella mudou-se para o Rio de Janeiro onde, em 1º de maio de 1936, foi preso novamente, dessa vez sendo submetido à tortura física e psicológica. Permaneceu encarcerado – sem condenação, diga-se de passagem – por um ano. Quando foi solto, Marighella mudou-se para São Paulo onde dedicou-se à reorganização dos revolucionários comunistas, duramente atingidos pela repressão, e o combate ao terror imposto pela ditadura de Getúlio Vargas.

Em 1939 Marighella foi preso e torturado novamente, dessa vez pelo Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS) de São Paulo. Enviado aos presídios de Fernando de Noronha e Ilha Grande, Marighella passou a se dedicar à educação cultural e política dos seus companheiros de cárcere.

Anistiado em abril de 1945, participou do processo de redemocratização do país e da reorganização do Partido Comunista na legalidade. Foi eleito deputado federal constituinte pelo estado da Bahia e apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas as bancadas, proferindo, em menos de dois anos, cerca de duzentos discursos em que tomou, invariavelmente, a defesa das aspirações operárias, denunciando as péssimas condições de vida do povo brasileiro e a crescente penetração imperialista no país.

Com o mandato cassado pela repressão que o governo Dutra desencadeou contra os comunistas, Marighella foi obrigado a retornar à clandestinidade em 1948, condição em que permaneceria por mais de duas décadas, até seu assassinato.

Na década de 50, de volta à São Paulo, Marighella engajou-se nas lutas populares do período, em defesa do monopólio estatal do petróleo e contra o envio de soldados brasileiros à Coréia e a desnacionalização da economia.

Em 58 Marighella redigiu “Alguns aspectos da renda da terra no Brasil”, o primeiro de uma série de análises teórico-políticas sobre o problema agrário brasileiro.

Após o golpe militar de 1964, Marighella foi localizado por agentes do DOPS carioca, episódio que lhe rendeu um tiro à queima-roupa no peito e um livro: “Por que resisti à prisão”. Com um discursso mobilizador e incisivo contra o Golpe de 64, Marighella conquistou um habeas-corpus e sua libertação imediata. Desse momento em diante, intensificou o combate à ditadura utilizando todos os meios de luta na tentativa de impedir a consolidação de um regime ilegal e ilegítimo. Mas, mantendo o país sob terror policial, o governo sufocou os sindicatos e suspendeu as garantias constitucionais dos cidadãos, enquanto estrangulava o parlamento. Na ocasião, Carlos Marighella aprofundou as divergências com o Partido Comunista, criticando seu imobilismo.

Em 66 Marighella desligou-se do PCB para engajar-se nas lutas revolucionárias junto às massas - em vez de ficar à espera das regras do jogo político e burocrático convencional. Pouco depois, Marighella fundou a ALN – Ação Libertadora Nacional - para, de armas em punho, enfrentar a ditadura.

Em 68 foi apontado como “Inimigo Público Número Um” e envolvido numa caçada que mobilizou, em nível nacional, toda a estrutura da polícia política.

Na noite de 4 de novembro de 1969há exatos 40 anos - surpreendido por uma emboscada na alameda Casa Branca, na capital paulista, Carlos Marighella caiu diante dos agentes do DOPS sob a chefia do delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Leia mais em:
http://www.carlos.marighella.nom.br
e
Carlos Marighella: mulato, baiano, comunista, brasileiro.
Até.